O presidente Jair Bolsonaro sugeriu nesta quarta-feira (20) que se espere "um pouquinho" para decidir sobre um possível adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). "Vamos esperar um pouquinho mais, é muito cedo. Nós estamos agora em maio, é novembro (o exame), espera um pouquinho mais para tomar decisão", disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
"A prova do Enem, que alguns querem adiar, eu acho que nós temos que ouvir os que vão fazer a prova", afirmou. Na terça-feira (19), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, postou em suas redes sociais que o governo abrirá consulta aos estudantes que se inscreveram no Enem para saber se preferem manter a data da prova ou adiar por 30 dias.
O presidente chegou a perguntar a opinião de uma apoiadora que disse que faria o exame. A mulher respondeu que preferia o adiamento. Depois, o presidente também indagou os populares: "A eleição (municipal) vai adiar também?", perguntou. Sem resposta, Bolsonaro não entrou em detalhes no assunto dos pleitos, marcados para outubro.
Nesta terça (19), o Senado aprovou o adiamento do Enem. A proposta, contudo, não estabelece uma nova data, mas prevê que em caso de estado de calamidade, como o atual, os processos seletivos para a educação superior serão prorrogados. O texto segue para Câmara, onde o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) pautou para a sessão de hoje a votação da urgência e mérito de outro projeto para adiar a realização das provas.
Em resposta a uma apoiadora que pediu para o presidente "olhar pela Educação", Bolsonaro destacou que a educação do país foi "destruída" nos últimos 30 anos.
"Você sabe que nos últimos 30 anos destruíram a educação no Brasil. Eu não tenho como fazer assim (gesticulou com as mãos) e resolver de uma hora para a outra. Muita coisa já mudou na educação. Não à toa que o ministro da Educação é um dos mais atacados do governo" disse. Bolsonaro opinou que por Weintraub ser "atacado" pela mídia, é um sinal de que o ministro "está fazendo a coisa certa".
O presidente comentou o desempenho do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). "Teve as provas internacionais do Pisa. Estamos não nos (últimos), é no último lugar. De 70 países, aproximadamente, estamos lá embaixo. Estamos tentando mudar isso aí", disse.
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