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Brasil bate novo recorde: 2.349 mortes pela Covid-19 em 24 horas

Brasil bate novo recorde: 2.349 mortes pela Covid-19 em 24 horas

Os dados foram reunidos pelo consórcio de veículos de comunicação nesta quarta-feira, 10, e mostram que o total de óbitos chegou a 270.917

Publicado em 10 de março de 2021 às 21:04- Atualizado há 4 anos

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Primeiro paciente vindo de Rondônia que chegou neste domingo, às 14h, no Aeroporto de Vitória. O paciente foi transferido para o Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves.
Covid-19: número de casos e óbitos voltou a disparar no Brasil. ( Helio Filho/Secom ES )

Brasil registrou 2.349 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas A marca, recorde na pandemia, aprofunda a crise do País, que conta com sistemas de saúde cada vez mais pressionados e ritmo lento de vacinação. Os dados foram reunidos pelo consórcio de veículos de comunicação nesta quarta-feira, 10, e mostram que o total de óbitos chegou a 270.917.

Nas últimas duas semanas, o Brasil viu sua média diária de óbitos saltar 43%. Há 14 dias, em 25 de fevereiro, o número estava em 1.150. Agora está em 1.645 , o maior da pandemia. A média móvel leva em consideração dados dos últimos sete dias e capta melhor a tendência da variação nos registros. No País, essa curva tem crescido em um ritmo cada vez mais acelerado.

Em 1º de janeiro, por exemplo, a média diária de mortes estava em 704. Se comparado com o número atual, o aumento é de mais de 130%, o que significa mais do dobro. Em janeiro, a crise se alastrou por Manaus e cidades do interior do Amazonas, chegando a causar desabastecimento de oxigênio para pacientes. Agora, a crise está em todas as regiões.

Dados do consórcio formado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, mostram que o número de casos chegou a 11.205.972, com 80.955 novos registros nas últimas 24 horas. Os dados são coletados junto às secretarias estaduais de Saúde. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 9.913.739 pessoas recuperadas da doença.

O número de óbitos foi mais alto nesta quarta-feira em São Paulo, com 469 vítimas. Os números de Goiás (267), do Rio Grande do Sul (250), do Paraná (243) e de Minas (219) também ficaram acima das duas centenas de mortes em um dia. O recorde desta quarta-feira supera o patamar anterior desta terça-feira, 9, quando 1.954 morreram pelo novo coronavírus. É o sexto recorde diário que acontece neste mês de março.

As altas consecutivas têm feito Estados adotarem novamente medidas de restrição na tentativa de frear a propagação da doença. Em São Paulo vigora a fase vermelha, na qual atividades não essenciais foram fechadas. No Rio, o governo cogita barrar a entrada de turistas. No Rio Grande do Sul, todas as cidades estão sob bandeira preta, de risco altíssimo, e o Estado tem 100% dos leitos de UTI ocupados, o mesmo que ocorre no Distrito Federal.

O Estadão mostrou que ao menos 4.352 pessoas diagnosticadas ou com suspeita de covid-19 aguardavam nesta terça-feira, 9, por um leito de atendimento em hospitais do País – 2.257 delas estavam na fila da UTI. Treze Estados e o DF informaram ter paciente em algum grau de espera. Vinte e cinco das 27 capitais apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI para covid-19 iguais ou superiores a 80%, segundo a Fiocruz.

Para Mônica Levi, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), o lockdown não tem sido aplicado adequadamente no País. "Está uma bagunça, porque tem municípios que entendem de um jeito, governadores de outro", diz. "Falta um governo federal que tenha responsabilidade de orientar quais as diretrizes que deveriam ser tomadas em todas as regiões e com ações pontuais em locais que precisem de atenção maior", defende

"Acho que nossa população, por questões políticas, não está atendendo a essas normas (de restrição), por isso penso que infelizmente temos de ser mais rigorosos com as fiscalizações, com a proibição de festas e aglomerações. Isso resulta em falta de leitos, mortes desnecessárias. Essas mesmas pessoas que querem se aglomerar vão chorar depois porque o pai ou a mãe morreram na fila à espera de atendimento", diz a médica. Além da falta de coordenação nacional das medidas restritivas, segundo ela, o Brasil falhou no planejamento da compra de vacinas.

"Hoje temos uma distribuição mais uniforme do momento pandêmico e justamente em um momento em que a população está cansada dessas medidas de isolamento, com o auxílio emergencial suspenso, o que impossibilita muitos dos brasileiros ficarem em casa", afirma o infectologista Renato Kfouri, também da Sbim. O médico também destaca o risco do avanço de variantes do vírus, como a de Manaus (P.1). Estudos preliminares já mostraram que essa nova cepa é mais transmissível.

O recrudescimento da doença tem feito os governadores pressionarem o governo federal por mais vacinas com objetivo de ampliar a campanha de imunização. Os líderes estaduais têm se reunido e mantém a intenção de negociar por conta própria a aquisição de doses junto aos laboratórios. Em resposta, o governo federal tenta agilizar o acordo com a Pfizer. Nesta terça-feira, em uma mudança de postura, o presidente Jair Bolsonaro apareceu em público para um evento usando máscara.

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A situação do Brasil causa preocupação ao mundo. Autoridades e especialistas dos Estados Unidos já disseram que o avanço da covid-19 nas cidades brasileiras, com a aparição da nova variante, pode se transformar em ameaça sanitária internacional. Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS), que vê a situação como "muito preocupante", cobrou que o País leve a pandemia a sério.

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