O Brasil contabilizou 904 novas mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas, elevando o total de vidas perdidas pela doença para 35.930, segundo o Ministério da Saúde. Da sexta-feira, 5, para este sábado, 6 de junho, houve registro de 27.075 novos casos de infecção pelo novo coronavírus e agora são 672.846 pessoas contaminadas, sendo registrados mais de 100 mil novos casos em menos de uma semana.
A escalada de vítimas ocorre em meio a anúncios de planos de flexibilização da quarentena por Estados e municípios, o que tem sido visto com ressalvas por especialistas.
O Brasil está atrás só dos Estados Unidos (109.791) e do Reino Unido (40.548) em óbitos por covid-19.
Países que já viveram o agravamento da pandemia só começaram a relaxar restrições de circulação ao menos um mês depois do pico. EUA, Reino Unido, Itália, França e Espanha esperaram, em média, 44 dias após o pico para flexibilizar quarentenas, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo.
A projeção do avanço do coronavírus no Brasil feita pela Universidade de Washington foi atualizada pela segunda vez, e agora prevê 165,9 mil mortes causadas pela covid-19 no País até 4 de agosto.
A primeira estimativa para o Brasil, feita em 12 de maio, projetava 88 mil mortes. O dado foi alterado para 125,8 mil mortes no último dia 25 e novamente revisado neste sábado, dia 6.
Enquanto o governo federal pretende rever os critérios das mortes por coronavírus por indícios de que os dados estariam sendo supostamente inflacionados por municípios e Estados, como afirmou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard, neste sábado, os cientistas afirmam exatamente o oposto.
Para virologistas e epidemiologistas, o número de vítimas no País é muito maior do que indicam os dados oficiais. Especialistas também veem na mudança de metodologia de divulgação do Ministério da Saúde uma manobra para se criar falsa sensação de controle da doença.
Nas contas de Domingos Alves, coordenador do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), o número de mortes no Brasil seria 40% maior e estariam perto de 49 mil óbitos.
"Numa estimativa até simplória, nós mostramos que os óbitos mostrados nos boletins envolvem no máximo 60% do total. E nós procuramos não ser alarmistas", diz Alves, que integra a equipe Covid-19 Brasil, formada por cientistas independentes de várias instituições brasileiras de pesquisa que monitoram em tempo real dos dados sobre a propagação do vírus.
Depois de retirar do ar por um dia o site que mantinha sobre informações detalhadas a respeito a covid-19, o Ministério da Saúde atualizou a página na internet com informações básicas.
O site traz apenas as informações sobre os casos de pessoas recuperadas da doença, os casos de novas contaminações e os óbitos. Todas as demais informações históricas da doença no País foram omitidas da população.
Referência em estatísticas globais da pandemia da covid-19, a Universidade Johns Hopkins deixou de usar os dados do Brasil, por algumas horas na tarde deste sábado. Os dados deixaram de aparecer após o portal oficial sobre a pandemia deixar de divulgar o número total de casos confirmados e óbitos pela doença no País. Mais tarde, os dados do Brasil voltaram a aparecer na plataforma.
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