O Brasil registrou 449 novas mortes nas últimas 24 horas, segundo divulgou o Ministério da Saúde nesta quarta-feira (29). É o segundo número mais alto diário de novos óbitos.
Na terça (28), o Brasil bateu o recorde de mortes registradas em 24 h, com 474 novas vítimas, e ultrapassou a China no número total de óbitos causados pelo novo coronavírus. O recorde anterior do Brasil era de 407 vítimas em 23 de abril.
No total, o país registra 5.466 óbitos por Covid-19. A China, de onde o novo vírus é oriundo, registra 4.637 mortos, a maioria em Wuhan, na província de Hubei, segundo a Universidade Johns Hopkins, nos EUA, que monitora a pandemia.
O Brasil é agora o nono país com mais vítimas no mundo. Em número de pessoas com a infecção, ocupa o 11º lugar no ranking de países, com 78.162 nas últimas 24 h, foram 6.276 novos casos. Fica só atrás da China, que tem 83.940 casos.
Questionado na terça à noite sobre os números, o presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista na porta do Palácio da Alvorada: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre". Ele disse que cabia ao ministro da Saúde, Nelson Teich, explicar os números.
Depois de questionar e ouvir que sua entrevista estava sendo transmitida ao vivo em redes de TV, Bolsonaro deu uma uma declaração mais amena sobre o assunto: "Lamento a situação que nós atravessamos com o vírus. Nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, que a grande parte eram pessoas idosas, mas é a vida. Amanhã vou eu. Logicamente que a gente quer, se um dia morrer, ter uma morte digna, né? E deixar uma boa história para trás", disse.
Nesta quarta, Bolsonaro criticou as notícias que relatam sua entrevista na noite anterior e passou a culpa das mortes para os governadores.
"As medidas restritivas são a cargo dos governadores e prefeitos. A imprensa tem que perguntar para o Doria porque tem mais gente perdendo a vida em São Paulo. Perguntar para ele que tomou todas as medidas restritivas que ele achava que devia tomar", disse Bolsonaro em menção ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), seu virtual adversário em 2022.
"Não adianta a imprensa querer botar na minha conta estas questões que não cabem a mim. Não adianta a Folha de S.Paulo, O Globo, que fez uma manchete mentirosa, tendenciosa", continuou Bolsonaro.
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