As cidades de Santos e Araraquara, em São Paulo, começarão um projeto, com apoio do Instituto Butantan, para testar plasma convalescente de pacientes no tratamento de pessoas com Covid-19. Participarão do estudo imunossuprimidas, pessoas com comorbidades ou as maiores de 60 anos que testaram positivo para a doença. A distribuição para os dois municípios já teve início.
O anúncio foi feito no início dessa semana por Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan e pelos prefeitos das cidades.
O projeto se utiliza dos hemocentros H.Hemo Hemoterapia Brasi, Pró-Sangue, da Unicamp e de Ribeirão Preto para coleta, armazenamento e distribuição da terapia.
A ideia do tratamento com plasma é basicamente transferir anticorpos (contidos no plasma, componente líquido do sangue) de uma pessoa que já teve a Covid para uma segunda que está com a doença. A introdução dos anticorpos prontos no corpo poderia ajudar a combater a infecção.
A doação de plasma pode ser feita em algumas das unidades dos hemocentros.
O plasma pode ser doado somente por homens que tenham tido Covid-19 confirmada pelo menos 30 dias antes da coleta, que estejam em boas condições de saúde, que tenham entre 16 e 69 anos e pesem no mínimo 50 kg. Também é necessário evitar comidas gordurosas antes da doação. No momento da coleta é preciso mostrar documento original com foto.
Mulheres não podem doar porque na gestação há a liberação de anticorpos que podem causar, no recebedor do plasma, lesão pulmonar.
Segundo o Butantan, os próprios municípios procuraram o instituto em busca do uso da terapia devido à explosão de casos de Covid em curso.
Outra ação tomada por Araraquara foi um lockdown - semelhante às ações restritivas de circulação adotadas em países europeus - , com interrupção de todos os serviços, até mesmo supermercados (que só podiam atender por delivery) e proibição de circulação de pessoas nas ruas sem justificativa.
Após o lockdown, a cidade viu melhora na situação crítica que vivia.
Além do plasma de pacientes recuperados, o Butantan também desenvolve pesquisa com soro de cavalos para tratamento da doença. Na pesquisa do instituto, o vírus inativado foi aplicado em cavalos para estimular a produção de anticorpos no animal. Os cavalos produzem mais anticorpos que os seres humanos.
A partir de então, o soro é feito com o plasma retirado dos bichos.
O Instituto Vital Brazil, do Rio de Janeiro, também produz pesquisa nesse sentido.
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