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Butantan começará teste com plasma de pacientes contra Covid

Butantan começará teste com plasma de pacientes contra Covid

A ideia do tratamento é transferir anticorpos (contidos no plasma, componente líquido do sangue) de uma pessoa que já teve a doença para alguém ainda infectado

Publicado em 1 de abril de 2021 às 18:30- Atualizado há 3 anos

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Hemoes já teme que comece a faltar bolsas de sangue para atender a demanda de hospitais do Estado
O plasma é um componente líquido do sangue e carrega anticorpos contra a Covid em pessoas que já tiveram a doença. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

As cidades de Santos e Araraquara, em São Paulo, começarão um projeto, com apoio do Instituto Butantan, para testar plasma convalescente de pacientes no tratamento de pessoas com Covid-19. Participarão do estudo imunossuprimidas, pessoas com comorbidades ou as maiores de 60 anos que testaram positivo para a doença. A distribuição para os dois municípios já teve início.

O anúncio foi feito no início dessa semana por Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan e pelos prefeitos das cidades.

O projeto se utiliza dos hemocentros H.Hemo Hemoterapia Brasi, Pró-Sangue, da Unicamp e de Ribeirão Preto para coleta, armazenamento e distribuição da terapia.

A ideia do tratamento com plasma é basicamente transferir anticorpos (contidos no plasma, componente líquido do sangue) de uma pessoa que já teve a Covid para uma segunda que está com a doença. A introdução dos anticorpos prontos no corpo poderia ajudar a combater a infecção.

A doação de plasma pode ser feita em algumas das unidades dos hemocentros.

O plasma pode ser doado somente por homens que tenham tido Covid-19 confirmada pelo menos 30 dias antes da coleta, que estejam em boas condições de saúde, que tenham entre 16 e 69 anos e pesem no mínimo 50 kg. Também é necessário evitar comidas gordurosas antes da doação. No momento da coleta é preciso mostrar documento original com foto.

Mulheres não podem doar porque na gestação há a liberação de anticorpos que podem causar, no recebedor do plasma, lesão pulmonar.

Segundo o Butantan, os próprios municípios procuraram o instituto em busca do uso da terapia devido à explosão de casos de Covid em curso.

Outra ação tomada por Araraquara foi um lockdown - semelhante às ações restritivas de circulação adotadas em países europeus - , com interrupção de todos os serviços, até mesmo supermercados (que só podiam atender por delivery) e proibição de circulação de pessoas nas ruas sem justificativa.

Após o lockdown, a cidade viu melhora na situação crítica que vivia.

Além do plasma de pacientes recuperados, o Butantan também desenvolve pesquisa com soro de cavalos para tratamento da doença. Na pesquisa do instituto, o vírus inativado foi aplicado em cavalos para estimular a produção de anticorpos no animal. Os cavalos produzem mais anticorpos que os seres humanos.

A partir de então, o soro é feito com o plasma retirado dos bichos.

O Instituto Vital Brazil, do Rio de Janeiro, também produz pesquisa nesse sentido.

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