A Câmara aprovou nesta quarta-feira (2) a liberação de R$ 1,9 bilhão para a compra e a produção de 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 que está sendo desenvolvida pela Universidade Oxford, no Reino Unido, e a farmacêutica britânica AstraZeneca. Com esse montante, seria possível vacinar quase metade da população do Brasil.
Essa parceria foi anunciada pelo Ministério da Saúde em junho. Em agosto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) publicou uma medida provisória abrindo espaço no Orçamento no valor de R$ 1,9 bilhão para viabilizar a aquisição.
Uma medida provisória passa a valer assim que é publicada, mas precisa do aval da Câmara e do Senado em 120 dias.
A proposta foi aprovada por unanimidade (em votação simbólica) na Câmara, com o apoio até mesmo da oposição a Bolsonaro. O texto segue agora para o Senado, que precisa votar a liberação dos recursos até a quinta-feira (3).
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacinação contra a Covid-19 no Brasil deve começar com profissionais da saúde, idosos a partir de 75 anos, população indígena e quem tem mais de 60 anos e vive em asilos ou instituições psiquiátricas.
A data de início da campanha não foi divulgada, mas a previsão é que ele ocorra entre março e junho.
O Reino Unido vinha apostando em uma vacina desenvolvida pela Universidade Oxford em parceria com a AstraZeneca. Mas o entusiasmo com o imunizante caiu por terra após os cientistas admitirem erros na dose de vacina recebida por alguns participantes em seus estudos.
Nesta quarta, o Reino Unido se tornou a primeira nação do mundo a aprovar uma vacina contra a Covid-19 pelos protocolos usuais. No caso, foi escolhido imunizante da americana Pfizer e a alemã BioNTech. A AstraZeneca aguarda resultados definitivos de seus testes para entrar com pedido de aprovação.
O acordo anunciado pelo Ministério da Saúde do Brasil em junho envolve a importação da matéria-prima (ingrediente farmacêutico ativo, já pronto) e conhecimento para a produção da vacina, que será finalizada pela Fiocruz.
Segundo o governo, dos quase R$ 2 bilhões previstos na medida provisória, R$ 1,3 bilhão serão destinado à AstraZeneca para pagamentos de encomenda tecnológica. A Fiocruz ficará com R$ 95,6 milhões para investimentos e absorção da tecnologia de produção da vacina. Além disso, R$ 522,1 milhões serão repassados à BioManguinhos, laboratório da Fiocruz.
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