A campanha do governador João Doria (SP) subiu o tom na disputa contra seu principal adversário nas prévias do PSDB, Eduardo Leite (RS). Os dois concorrem à indicação da legenda para pleitear a Presidência da República em 2022 - decisão que foi adiada no último domingo (21) por causa de problemas apresentados pelo aplicativo de votação.
"Parece que a companha Eduardo Leite quer tudo, menos o resultado. Combina uma coisa e faz outra. Faz de tudo para melar as prévias. Sabe que no voto dos mandatários e da militância Doria vai ganhar", afirma o coordenador-geral da campanha do governador paulista, Wilson Pedroso.
O PSDB anunciou que concluirá a votação das prévias presidenciais até domingo (28) e afirmou que, se o aplicativo contratado não oferecer garantias de viabilidade, poderá adotar tecnologia privada para finalizar o processo.
A decisão foi tomada em reunião na segunda (22) na sede do partido em Brasília e, anunciada como um "acordo" entre as campanhas, acabou sendo contestada pelo governador gaúcho.
"A cada dia que passa esse processo vai perdendo a sua credibilidade", afirmou Eduardo Leite.
Já Doria confirmou "apoio às soluções anunciadas pelo presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo".
A inconclusão da votação apenas agravou a divisão interna entre João Doria e Eduardo Leite. A disputa está acirrada e o resultado está em aberto. O terceiro concorrente, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, não tem chances de vencer e, na prática, se alia a Doria.
Doria e Virgílio defenderam retomar a votação no próximo domingo, enquanto Leite afirmou que a eleição interna deveria ser definida até esta terça-feira (23).
Diante do fiasco da votação, com aplicativo travado desde 8h30 da manhã até o fim do dia, parte dos tucanos ainda vê com ceticismo a hipótese de manter a votação pelo app, que foi desenvolvido pela Fundação de Apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs).
Ao jornal Folha de S.Paulo, o prefeito de Santo André (SP) e coordenador da campanha de Leite, Paulo Serra, disse que a falha no aplicativo de votação pode ter gerado um dano irreversível à sua credibilidade e que, caso ele seja mantido, é possível que o candidato derrotado não reconheça a vitória do adversário.
"Sinceramente, hoje, acho [que é possível que perdedor não reconheça o resultado]. Há um arranhão na credibilidade no sistema. As alternativas têm que ser construídas conjuntamente, pelas três campanhas, sem essa guerra de narrativas que tem acontecido", afirmou Serra.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta