A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) negou, nesta terça-feira (26), que tivesse informações prévias sobre operações da Polícia Federal contra governos estaduais, como a Operação Placebo, deflagrada nesta manhã em endereços do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC).
Em suas redes sociais, Zambelli foi cobrada pela parlamentar Talíria Petrone (PSOL-RJ) sobre ter falado em entrevista sobre a ocorrência de "operações" nos próximos meses.
"Se eu tivesse informações privilegiadas e relações promíscuas com a PF, a operação de hoje seria chamada de 'Estrume' e não 'Placebo'. Está aí sua explicação, defensora de maconheiro", respondeu a deputada.
Na noite de segunda-feira (25), em entrevista à Rádio Gaúcha, a deputada disse ter conhecimento de que havia investigações contra governadores estavam em andamento, por conta dos gastos para combater a Covid-19, e que em breve operações seriam lançadas.
"A gente já teve algumas operações da Polícia Federal que estavam ali, na agulha, para sair, mas não saíam. E a gente deve ter nos próximos meses, o que a gente vai chamar, talvez de 'Covidão' ou de...não sei qual vai ser o nome que eles vão dar. Mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal", disse Zambelli.
Com um pouco mais de cuidado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também deu a entender que poderia ter conhecimento prévio de novas ações da Polícia Federal. Na noite desta segunda-feira (25), o parlamentar divulgou o vídeo de uma ação de busca e apreensão em Fortaleza, quando sugeriu que outras poderiam acontecer.
"Os que achavam que se aproveitariam da pandemia para roubar e ficar impunes se enganaram. E acredito que tenha muito mais operação para vir aí. O que vocês acham?", postou Eduardo Bolsonaro, em suas redes sociais.
Na manhã desta terça-feira (26), a Polícia Federal realiza a operação Placebo, no Rio de Janeiro, para apurar indícios de desvios de recursos públicos destinados para o combate à pandemia do novo coronavírus. Estão sendo feitas buscas em 12 locais, entre eles o Palácio Laranjeira, residência oficial do governador Wilson Witzel, o escritório de advogacia da primeira-dama, Helena, e o Palácio da Guanabara, sede do governo do Rio.
Em entrevista à CNN, Zambelli disse que "não seria burra" de falar sobre operações da Polícia Federal, se tivesse conhecimento antecipado. E que sua fala no dia anterior foi uma "força de expressão", por saber que a corrupção é endêmica no país.
"Eu não sabia, eu não tinha conhecimento. Falei como cidadã, como deputada, como alguém que observa o que está acontecendo no nosso país, que sabe que corrupção é endêmica no nosso país", afirmou.
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