O julgamento de cinco réus envolvidos no caso da morte do pastor Anderson do Carmo começou às 11h desta terça-feira (12) no Fórum de Niterói, com previsão de entrar pela madrugada e possível desfecho somente nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (13) pelo júri popular.
Serão julgados Adriano dos Santos Rodrigues, filho biológico da ex-deputada Flordelis (acusado de uso de documento falso e associação criminosa armada); os filhos afetivos de Flordelis André Luiz de Oliveira ( acusado de uso de documento falso e associação criminosa armada) e Carlos Ubiraci Francisco da Silva (homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada); o ex-policial militar Marcos Siqueira da Costa (uso de documento falso e associação criminosa armada) e Andrea Santos Maia, esposa do ex-PM (uso de documento falso e associação criminosa armada). Flordelis será julgada no dia 9 de maio.
Das 17 pessoas arroladas como testemunhas, sete haviam sido ouvidas até as 21h, quando a juíza Nearis do Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, decidiu interromper os trabalhos até as 22h, como intervalo para jantar. Mais cinco testemunhas foram dispensadas, restando cinco para serem ouvidas.
A segunda testemunha a falar foi o delegado Alan Duarte, que substituiu a delegada Bárbara Lomba, também ouvida, na condução do inquérito do homicídio. Para ele, não resta dúvidas das motivações do assassinato do pastor Anderson. “A dinâmica dos fatos é clara, no sentido de apontar a ex-deputada Flordelis como mandante e os outros familiares envolvidos como coautores. A motivação financeira era a principal [razão do assassinato]”, disse o delegado, após seu depoimento.
O advogado de Flordelis, Rodrigo Faucz, assistiu ao julgamento e refutou a participação de sua cliente na morte do pastor. Faucz sustentou que ela está sendo prejudicada, pois está havendo um pré-julgamento midiático dela. “A impressão que se tem é que há um atropelo nas garantias do acusado, justamente porque tem um interesse popular em cima. É uma situação bem delicada. Ela não foi [mentora intelectual do assassinato]. E, além de não ter sido, o Ministério Público não provou, até agora, nesse sentido. [A tese é] negativa de autoria”, pontuou Faucz.
Ainda estavam previstos os interrogatórios de Adriano dos Santos Rodrigues; Carlos Ubiraci Francisco da Silva, conhecido como pastor Carlos, do ex-PM Marcos Siqueira Costa e de sua esposa, Andrea Santos Maia, envolvidos na produção de uma carta em que Lucas Cezar dos Santos de Souza, filho adotivo de Flordelis, assumiria a culpa pelo assassinato do pastor.
No dia 9 de maio, na segunda sessão do júri, além de Flordelis, serão julgadas sua filha biológica Simone dos Santos Rodrigues; a neta, Rayane dos Santos Oliveira; e a filha afetiva Marzy Teixeira da Silva.
O Tribunal do Júri de Niterói condenou, em 24 de novembro de 2021, Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico da ex-deputada federal Flordelis, a 33 anos 2 meses e 20 dias de prisão por homicídio triplamente qualificado. Ele foi denunciado como autor dos disparos contra o pastor Anderson, no dia 16 de junho de 2019.
Na mesma sessão de julgamento, Lucas foi condenado por homicídio triplamente qualificado a nove anos de prisão em regime inicialmente fechado. Ele foi acusado de ter sido o responsável por adquirir a arma usada no assassinato do pastor, mas teve a pena reduzida por ter contribuído com as investigações.
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