O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro, afirma que a decisão de liberar prescrição de cloroquina e hidroxicloroquina para casos leves do coronavírus não segue a ciência, mas teve de ser tomada para regrar o uso descontrolado da droga no Brasil e colocar "ponto final" na polarização sobre o tema.
Não havia permissão para prescrever a cloroquina. O que fizemos foi liberar o uso. Não recomendar.
Mas médicos já prescreviam...
Estavam prescrevendo. Sob risco. O CFM tem a competência de decidir o que é experimental e o que não é. Na realidade, da forma como estava, o médico estava sujeito a todo tipo de ação. Agora está respaldado.
Acreditamos que não. Já tem muita gente usando. Estamos numa situação diferente de tudo o que já enfrentamos. É uma doença que pega uma cadeia. Isola pessoas. E não existe tratamento farmacológico.
Já estávamos acompanhando o uso da cloroquina. Mas o ex-ministro (Luiz Henrique) Mandetta fez solicitação de posicionamento sobre a hidroxicloroquina. Ele representa o governo. E essa questão foi politizada. O posicionamento do CFM foi solicitação do ministro de Bolsonaro. O que fizemos foi levar a Bolsonaro o posicionamento oficial do CFM, para depois divulgar ao país.
Não. Todas as manifestações do CFM, todas, são no sentido de tirar atenção desta questão.
Se você for pensar, o CFM autorizou o uso da droga sem seguir aquilo que nos guia, que é a ciência. O que nos guia é a medicina baseada em evidência, são grandes trabalhos, publicados em grandes revistas. Rigorosos. Que não temos em relação à hidroxicloroquina. É uma excelente medicação para outras doenças, mas para a covid não existe nada. Neste caso, como não temos nada e a doença é devastadora, decidimos liberar o uso da droga.
A preocupação do CFM é com o que vai acontecer nos próximos 30 e 60 dias com a população brasileira. Aparentemente as medidas do presidente Bolsonaro e de Mandetta foram eficazes. Torcemos que a curva continue caindo.
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