Dez cidades brasileiras receberão treinamento e tecnologia de telemedicina com inteligência artificial para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
A iniciativa é do Instituto Votorantim que lançou nessa terça (21) edital para inscrição dos municípios com mais de 350 mil habitantes.
Com objetivo de auxiliar cidades na gestão de recursos para enfrentar a pandemia, o Instituto Votorantim doará o programa de inteligência artificial e treinamento para profissionais da saúde e gestores municipais para atender dúvidas dos cidadãos e também acompanhar pacientes com doenças crônicas e com suspeita de infecção pelo coronavírus.
As cidades selecionadas receberão apoio técnico para implantar o programa Laura P.A Digital para a realização de consultas e acompanhamento de casos confrimados de Covid-19 a distância.
Para selecionar os dez municípios que receberão a doação, a entidade levará em conta a situação epidemiológica local.
De acordo com Talita André, gerente de inovação do instituto, cidades com população superior a 350 mil habitantes e com aumento do número de casos confirmados de Covid-19 tendem a ter colpaso do sistema público de saúde.
"O momento da curva de casos em que essas cidades se encontram é aquele em que a Saúde colapsa e as fake news aumentam junto com o medo da doença. A medida que os contágios sobem e o relaxamento da quarentena aumenta, pessoas com sintomas que podem ser de Covid-19 ficam confusas sobre o que devem fazer. Não sabem se devem ir aos postos de saúde ", afirma.
Para tentar impedir o colapso, o instituto aposta no uso de robôs em redes sociais para tirar dúvidas dos cidadãos. A tecnologia também será usada para o acompanhar o quadro clínico de pessoas com doenças crônicas que possam ter deixado de ir a consultas de rotina por medo de serem infectadas pelo Sars-CoV-2.
Com o uso do robô, a secretarias municipais de saúde poderão orientar as pessoas sobre a melhor forma de agir. Quando pacientes manifestarem sintomas da Covid-19 mas não tiverem a infecção confirmada, agentes de saúde entrarão em contato. Os servidores terão em mãos as informações fornecidas pelo cidadão aos robôs do projeto.
A partir da entrevista, o profissional decidirá se o paciente deve ser encaminhado para teleconsulta ou se ele terá monitoramento do seu quadro clínico. No caso do acompanhamento dos sintomas, o paciente receberá durante 14 dias mensagens do robô sobre a evolução de sinais como febre e dores. Caso haja agravamento do quadro, o paciente é encaminhado para teleconsulta.
Todos os dados armazenados pelo programa ficarão disponíveis para consulta exclusiva dos agentes de saúde municipais. Os servidores serão treinados para interpretar essas informações, rastrear e acompanhar casos de risco leve, moderado e alto para a infecção pelo coronavírus.
"Ofereceremos treinamento para que as equipes de tecnologia possam integrar a ferramenta ao sistema de saúde e também para que os profissionais possam interpretar os dados dos pacientes para a tomada de decisões", diz André.
De acordo com o insituto, a ferramenta também possibilitará empregar no atendimento a distância os profissionais da saúde que tiveram desvio de função e foram afastados da linha de frente por fazerem parte dos grupos de risco.
André explica que alocando esses funcionários no atendimento virtual, os demais, na linha de frente, ganham margem para atuar em outras funções, desafogando o sistema de saúde municipal.
A gerente de inovação afirma que a presença de empresas ligadas a Votorantim S.A nos municípios não é fator decisivo para a escolha das cidades que receberão a doação nem critério de desempate.
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