SÃO PAULO - Após se manter afastado de debates políticos desde a derrota na eleição de outubro, o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) retomou o tom crítico ao presidente Lula (PT) da época da campanha em evento nesta sexta-feira (12) em Portugal.
Em uma palestra na Universidade de Lisboa, o ex-candidato, derrotado em sua quarta tentativa de chegar ao Planalto, também desferiu ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chamou de "imbecil", um "despreparado absoluto" e um "ladrãozinho vulgar".
Ciro criticou no evento o teto de gastos e o arcabouço fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que ele afirmou estar "completamente entregue à banqueirada", e disse que o país não possui mais projeto para nada.
Ele ainda afirmou que o atual presidente é o responsável pelo que chamou de reacionarismo no país, e que não possui compromisso com a mudança do país. Criticou a possível indicação do advogado Cristiano Zanin ao STF (Supremo Tribunal Federal) e a liberação das emendas para o Congresso Nacional.
Também repetiu declarações da época da campanha, como a respeito da anulação das condenações de Lula pelo Supremo, em 2021. "Caramba, o Lula foi parar na cadeia. Será possível que não aprendemos nada ou nós acreditamos que o Lula foi inocentado? Ele não foi inocentado. O Lula teve direito a presunção de inocência restaurada, é diferente de ser inocentado num julgamento, por quê? Porque o processo devido legal ele nunca teve, e eu denunciei na mesma hora."
Apesar das afirmações, o ex-presidenciável disse que, diferentemente de Bolsonaro, pode conversar com o petista sobre os problemas do Brasil. "Com Lula eu saio para tomar uma cerveja para dizer essas verdades todas para ele. Com Bolsonaro, eu não saio", ressaltou.
Ciro vendeu-se como uma opção de terceira via no pleito passado, mas terminou o primeiro turno em quarto lugar, com 3% dos votos válidos. Foi um crítico duro de Lula e do PT durante a campanha eleitoral do ano passado, mas declarou um tímido apoio ao petista no segundo turno, afirmando "seguir a orientação do partido".
O PDT, hoje, contempla a base do atual presidente, e possui um ministério, o de Carlos Lupi, da Previdência.
Em 15 de abril, fez uma aparição pública durante evento do PDT no Ceará, quando restringiu sua fala ao contexto local e defendeu que José Sarto dispute novamente a prefeitura da cidade em 2024.
Nas redes sociais, não tem se manifestado sobre temas do governo federal desde a época da campanha.
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