O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou durante um debate nesta segunda-feira (05) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ter generosidade e se espelhar no exemplo da argentina Cristina Kirchner, que em 2019 concorreu como vice-presidente na chapa vencedora liderada por Alberto Fernández, e não no do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e do ex-presidente da Bolívia Evo Morales.
"A gente devia pedir generosidade a quem já teve oportunidade, como o Lula, que é um grande líder da história brasileira, mas a gente devia pedir a ele que se compenetrasse e que não imitasse o exemplo desastrado do Maduro na Venezuela ou o exemplo desastrado do Evo Morales na Bolívia. E que olhasse o que a Cristina Kirchner fez na Argentina, em que, tendo uma força grande, deu um passo pra trás e ajudou a Argentina a se reconciliar", afirmou.
A fala do pedetista foi feita durante um webinar organizado pela Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) sobre a proposta de reforma administrativa em discussão no Congresso Nacional. Durante o evento, ele também sugeriu que casos de corrupção que marcaram as gestões petistas podem tirar sua força eleitoral numa disputa pela Presidência.
"Imaginem vocês uma campanha em 2022, o Bolsonaro querendo se recuperar da impopularidade, a lembrar da esculhambação do Palocci, a esculhambação do Zé Dirceu, a esculhambação não sei de quem. Eu não digo nem que seja verdade ou que seja mentira, eu estou dizendo é o que eu estou vendo pela minha experiência", disse.
"É fazer de novo a campanha antipetista em cima dos exemplos", seguiu.
De acordo com o ex-ministro, o Brasil necessita de projetos nacionais para o comércio exterior, o setor industrial e a agricultura a fim de recuperar a economia e que uma "ampla aliança" política estaria habilitada para essa tarefa.
"Quem vai operar esse novo projeto nacional é a política, uma nova e ampla aliança, generosa aliança que vai permitir ao Brasil se reconciliar consigo mesmo."
Ciro ainda afirmou que, além de derrotar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas urnas, outra tarefa "mais difícil e que pede muita reconciliação de todos nós é botar uma coisa nova no lugar, nesse ambiente de terra arrasada que nós estamos".
"Até porque a direita brasileira vai largar o Bolsonaro ao mar e vai tentar se reciclar aí com uma carinha qualquer, vão fazer a propaganda igual. E isso o Brasil não aguenta mais", disse o pedetista.
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