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Cirurgia em Bolsonaro para desobstrução intestinal é concluída após mais de 11 horas

Cirurgia em Bolsonaro para desobstrução intestinal é concluída após mais de 11 horas

Segundo hospital, procedimento desfez dobra do intestino delgado, sem intercorrências nem necessidade de transfusão de sangue

Publicado em 14 de abril de 2025 às 05:50

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CAIO SPECHOTO, IDIANA TOMAZELLI E MATEUS VARGAS

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou neste domingo (13) pela sexta cirurgia abdominal desde a facada na campanha eleitoral de 2018.

Foi o procedimento mais longo e complexo dos já realizados no ex-mandatário. Começou pouco depois das 10h e, por volta de 21h20, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro postou que foi concluído com sucesso. Ela disse estar indo para a sala de extubação para poder vê-lo.

Bolsonaro no leito do Hospital Rio Grande, em Natal, em foto publicada em suas redes sociais
Bolsonaro no leito do Hospital Rio Grande, em Natal, em foto publicada em suas redes sociais . (Instagram/Jair Bolsonaro no Instagram)

O ex-presidente está internado no hospital DF Star, em Brasília, após ser transferido de Natal no sábado (12).

A cirurgia foi a sexta na região do abdome realizada por Bolsonaro desde a facada, e a mais difícil de todas devido ao acúmulo de procedimentos, segundo médicos ouvidos pela Folha.

Foi também a cirurgia mais longa. A que tinha durado mais, anteriormente, havia ocorrido em janeiro de 2019, para retirada de bolsa de colostomia. Na ocasião, estavam previstas três horas de cirurgia, mas a grande quantidade de aderências no intestino levou a equipe médica a executar um procedimento mais complexo, que se estendeu por sete horas.

Já a cirurgia deste domingo já tinha previsão de ser demorada e complexa.

Bolsonaro foi levado de helicóptero ao hospital na capital do Rio Grande do Norte na sexta-feira (11) após passar mal no interior do estado, onde estava para participar de um evento do seu partido, o PL, em favor da anistia aos manifestantes dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Por voltas das 10h20, o DF Star divulgou nota na qual afirmou que exames laboratoriais e de imagem realizados no ex-presidente evidenciaram "persistência do quadro de subobstrução intestinal, apesar das medidas iniciais adotadas".

"As equipes que o assistem optaram de comum acordo pelo tratamento cirúrgico. Ele está sendo submetido neste momento ao procedimento cirúrgico de laparotomia exploradora, para liberação de aderências intestinais e reconstrução da parede abdominal", disse o comunicado.

Aderências intestinais são uma espécie de "cola" biológica resultante do processo de cicatrização seja do trauma original, como a facada, seja de cirurgias posteriores. Ao endurecer, essa estrutura forma cordões que podem grudar ou juntar partes do corpo.

Dependendo da posição, pode juntar duas partes da alça do órgão, obstruindo a passagem do alimento.

A laparotomia exploradora consiste na abertura da parede abdominal. Identificado o ponto de obstrução, é feito o corte das aderências e desobstrução do intestino para, por fim, reconstruir-se a parede abdominal.

Mais cedo neste domingo, em mensagem enviada a deputados e senadores aliados via WhatsApp, o ex-presidente afirmou que, a partir das 8h, seria realizada a nova cirurgia, "ainda decorrente da facada".

"Ao meu lado o Bispo JB Carvalho e bons médicos e enfermeiros. Se Deus quiser tudo ocorrerá bem", escreveu Bolsonaro.

Em uma rede social, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), citou "oração" e "força" ao ex-presidente, além de desejar pronta recuperação ao aliado.

No sábado, o ex-presidente afirmou no X (antigo Twitter) que foi "internado às pressas" com "dores intensas e uma forte distensão abdominal".

Ele também afirmou, na mesma postagem, que talvez não tenha percebido na hora a gravidade do caso: "O doutor Claudio Birolini me explicou que esse foi o quadro mais grave desde o atentado que quase me tirou a vida", escreveu. "Após minha transferência, provavelmente passarei por uma nova cirurgia", declarou.

O ex-presidente viajou de Natal a Brasília em um avião com equipamentos de UTI. Ele deixou o hospital andando e acenou a apoiadores, mas tinha um pequeno tubo preso ao nariz, e dois homens seguravam sua camisa pelas costas.

A transferência para Brasília foi uma decisão de Michelle Bolsonaro, mulher do ex-presidente. Aliados defendiam que ele fosse para São Paulo, e o próprio Bolsonaro mencionou essa possibilidade em redes sociais.

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