Após decretar a flexibilização das restrições devido à pandemia do novo coronavírus, Goiás pode endurecer novamente as medidas devido à baixa nos índices de isolamento social no Estado.
No último dia 20, o governador Ronaldo Caiado (DEM) anunciou a retomada de algumas atividades que estavam restritas desde março, incluindo a permissão para celebrações religiosas, salões de beleza, oficinas e construção civil, e deu autonomia às prefeituras para decidirem sobre a abertura de alguns setores.
O decreto de Caiado manteve o isolamento social, assim como os vetos às aulas na rede estadual de ensino e visitas a detentos nas penitenciárias, mas os índices de isolamento pioraram e ele admitiu mais de uma vez a possibilidade de voltar a endurecer as restrições.
"Já tive um resultado de queda abrupta de 66,4% de isolamento social para 42,5%. Já tive oportunidade de falar em vários programas ao vivo que, dependendo da progressão, se mantiver isso, retomarei com medidas mais restritivas", disse Caiado no último dia 24. O baixo índice, em sua avaliação, poderia "colocar por terra o trabalho de 40 dias".
Nesta quarta-feira (29), ele voltou às redes sociais para dizer que as pessoas estão achando que o pior já passou. "O isolamento precisa continuar", disse.
Nos últimos dias, o índice ficou em cerca de 52%, abaixo do considerado ideal, que é 70%. Preocupa também o governo o fato de os casos da Covid-19 apresentaram crescimento nos últimos dias, ainda sem refletir a queda no índice de isolamento social. O que ocorre hoje é reflexo do cenário de 15 dias atrás, segundo autoridades de saúde.
Entre quarta e quinta-feira (30), foram registrados 76 novos casos da doença, 49 deles em Goiânia. Com isso, Goiás tem 781 casos confirmados da Covid-19, com 29 mortes. Há, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, 9.131 notificações suspeitas em investigação.
Quando anunciou o novo decreto, o estado tinha 393 casos, com 18 mortes, o que significa que o total de doentes dobrou no intervalo de dez dias. Eles estão distribuídos em 58 municípios, com mais registros em Goiânia (453), Aparecida de Goiânia (50), Anápolis (43), Goianésia (28) e Rio Verde (19). Há 18 casos confirmados internados, além de 57 casos suspeitos e em investigação internados.
As internações são outra preocupação do governo. A situação não está em níveis críticos, como a de Amazonas, Pará, Rio de Janeiro e Pernambuco, que estão com mais de 90% dos seus leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) tomados, mas a ocupação tem crescido.
Considerando-se todos os leitos de UTI adulto e pediátrico e os 30 leitos críticos para Covid-19, há 292 vagas sob gestão do Estado em 10 unidades hospitalares, das quais 239, ou 81,8%, estavam ocupadas nesta quinta. No início da semana, o índice era de 75%.
Mas, se for analisada só a situação dos chamados leitos críticos Covid-19 em operação, o índice cai para 60%, já que 18 dos 30 estão ocupados. Há outros 38 em implantação gradativa --se estivessem em operação hoje, o índice ficaria em 26,5%.
Com esse cenário, Caiado disse nesta quinta que, em reunião virtual com o ministro Nelson Teich (Saúde), falou de estados com leitos disponíveis receberem pacientes de regiões colapsadas.
Dos 62 leitos semicríticos para Covid-19 já implantados, há 38 disponíveis, o que significa ocupação de 38,7% nessa categoria.
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