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Com escassez, Saúde fará campanha para "uso racional" de oxigênio, diz Queiroga

Com escassez, Saúde fará campanha para "uso racional" de oxigênio, diz Queiroga

Ministro da Saúde diz que "muitas pessoas chegam aos hospitais e aí, às vezes, a primeira providência é colocar o oxigênio nasal em quem não precisa de oxigênio"

Publicado em 30 de março de 2021 às 09:42- Atualizado há 4 anos

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Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. (Alan Santos/PR)

Em meio à escassez de oxigênio em algumas regiões do país, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda (29) que pretende fazer uma campanha junto a profissionais de saúde para que haja uso "racional" do insumo em pacientes com Covid-19.

O ministro disse que convidou Carlos Carvalho, professor titular de cardiopneumologia da USP, para trabalhar com a pasta em protocolos assistenciais, entre eles o de racionalizar o oxigênio.

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Todos sabemos que muitas pessoas chegam aos hospitais e aí, às vezes, a primeira providência é colocar o oxigênio nasal em quem não precisa de oxigênio. Então, vamos tentar economizar

Marcelo Queiroga
Ministro da Saúde
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"Vamos fazer uma grande campanha junto aos profissionais de saúde para o uso racional do oxigênio", afirmou Queiroga.

A declaração ocorreu em audiência no Senado, a primeira no Congresso desde que ele assumiu o cargo na última terça-feira (23), em cerimônia fechada e fora da agenda.

Segundo Queiroga, a pasta está trazendo 13 caminhões-tanque do Canadá – de ao menos 50 que seriam necessários – para ajudar no transporte de oxigênio entre estados. Também negocia com a indústria um aumento na fabricação de cilindros.

"O principal problema é levar o oxigênio até o destino. Esse oxigênio geralmente é levado em caminhões, caminhões-tanque. A capacidade do Brasil de caminhões não é elevada, é a capacidade que existe para suprir o mercado brasileiro em condições normais, não é a capacidade para suprir o Brasil numa condição pandêmica", disse.

O ministro também voltou a frisar a meta de vacinar 1 milhão de pessoas ainda no início de abril contra a Covid. Segundo ele, a previsão já está "prestes a ser atingida".

Ele admite, no entanto, que a pasta ainda terá dificuldades na distribuição das doses necessárias caso queira manter essa meta e acelerar de fato a vacinação contra a Covid.

"O Brasil já providenciou 535 milhões de doses de vacinas. Os maiores fornecedores são Butantan e Fiocruz, e além deles temos outras indústrias que já contratamos. Só que essas vacinas estão postas mais para o final do ano. Qual o nosso problema? Vacina para os três meses que se seguem para conseguirmos atingir a meta de vacinação ", disse, sem detalhar o cronograma.

O ministro disse ainda ter conversado com o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster, para verificar a possibilidade de fazer uma "permuta" de doses com o país. Uma nova reunião, agora com o embaixador do país no Brasil, Todd Chapman, está prevista para esta terça (30).

"Há possibilidade de fazermos permuta para termos antecipação de doses seja do Covax Facility [consórcio da OMS] ou outras formas de vacinação", disse, citando que a negociação envolveria também uma possível compra extra de doses da Pfizer.

“Os americanos não vão liberar vacina antes de vacinar toda a sua população, mas eles aceitam fazer uma permuta, como nós já adquirimos com a Pfizer e vamos adquirir mais, vamos fazer uma permuta para ver se conseguimos uns 20 milhões de doses para que fortaleça o nosso programa de imunizações", completou.

Ao comentar as propostas de empresários para obter vacinas, Queiroga disse que a pasta "não vai colocar qualquer tipo de óbice para ampliar a vacinação".

O ministro afirmou que tem se encontrado com representantes da iniciativa privada para conversar sobre o assunto. O tema, no entanto, é alvo de polêmica entre especialistas, que temem que a medida dê privilégio a alguns setores.

"A iniciativa privada tem se apresentado, alguns querem doar tudo o que conseguir, alguns querem doar metade, e o restante vacinar seus trabalhadores. São posições legítimas, embora algumas precisam de ajustes regulatórios… O Ministério da Saúde não vai colocar qualquer tipo de óbice para ampliar a vacinação", disse.

Na audiência, Queiroga disse ainda que tem feito conversas com a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e membros da câmara de saúde suplementar do governo para avaliar, entre outros temas, a possibilidade de que planos forneçam cobertura a vacinas contra a Covid.

Ele também voltou a fazer um apelo para que a população use máscaras e afirmou que impôs que todos os servidores da pasta usassem a proteção.

“Nós estamos como estamos porque as medidas que deveriam ser colocadas em prática foram colocadas parcialmente. A gente não valoriza o uso de máscara, mas o uso de máscara tem quase que o efeito de vacinar a população brasileira.”

DISTANCIAMENTO E TESTAGEM

Além disso, o ministro disse que outras medidas devem ser tomadas, como o distanciamento entre as pessoas. Ele defendeu ainda a necessidade de uma política em relação ao distanciamento no transporte público e o aumento na testagem da população.

Por outro lado, questionado sobre lockdown, medida apontada como fator que ajudou a reduzir mortes em Araraquara (SP), Queiroga defendeu que ações como essas sejam aplicadas apenas a nível local.

"Não se pode preconizar de maneira horizontal uma restrição mais severa, porque não traria benefícios e traria repercussão na economia", disse ele, segundo quem a pasta fará uma campanha para aumentar a adesão a outras medidas de prevenção, como uso de máscaras.

"Queremos intensificar outras medidas sanitárias feitas de maneira errática para que se evite chegar ao que está aí."

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