A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (25) membros e líderes da facção criminosa PCC em uma operação envolvendo seis estados para tentar conter a expansão do grupo paulista no Rio de Janeiro.
Entre os 27 mandados de prisão expedidos, já haviam sido detidos pela manhã sete pessoas, com algum grau de liderança na organização -outros 13 suspeitos que eram foco da PF já estavam detidos por outros crimes. Também são cumpridos nos estados dez mandados de busca e apreensão.
A operação envolveu agentes nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Bangu.
Como o jornal Folha de S.Paulo publicou, os massacres em presídios assistidos no país refletem as rixas entre criminosos na disputa pelos milhões de dólares do comércio de cocaína no país.
Todas as mais de 280 mortes registradas nesses quase três anos, e todos os confrontos no Amazonas, Pará, Rio Grande do Norte e Rondônia, estão ligadas pelo mesmo motivo: a busca pela hegemonia do sistema prisional e as consequências disso.
Uma série de documentos obtidos pela reportagem, de serviços de inteligência das polícias e do Ministério Público, indica que desde 2014 o sistema penitenciário brasileiro já vivia grande tensão com o possível rompimento entre o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho).
As investigações, que começaram em dezembro de 2018, apontam que o PCC visa expandir sua ação no Rio, contando com aproximação e parceria de outras facções já atuantes no estado.
"Os líderes, mesmo já presos, desempenhavam a 'gestão criminosa' de dentro de presídios estaduais, de onde replicavam ordens e tomavam decisões a exemplo dos chamados 'salves' dados pela cúpula da organização", diz nota da Polícia Federal.
Chefes do PCC e dos aliados no Rio de Janeiro mantinham uma rede de comunicação por aplicativos de mensagens e redes sociais. Por meio deles, era feita a divisão de tarefas, permitindo a definição de atividades diárias, a realização de debates e a tomada de decisão.
Segundo a Polícia Federal, os suspeitos trocavam de chip de celular, com a intenção de mudar a linha telefônica, para despistar a polícia. Também era feito monitoramento das atividades das forças de segurança estaduais.
O PCC, ainda segundo a PF, tem uma hierarquia e disciplina definidas, com estatuto e dicionário disciplinar próprios, e aplicam sanções se houver descumprimento das ordens.
O nome da operação, Expurgo, faz referência ao esforço da PF para desmantelar o grupo em São Paulo e evitar sua expansão e domínio no Rio.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta