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Comandante-geral da PM é exonerado no DF por furar fila da vacina

Comandante-geral da PM é exonerado no DF por furar fila da vacina

O coronel Julian Rocha Ponte alegou ter usado dose remanescente, mas nas normas não há indicativo de que militares da área administrativa tenham prioridade

Publicado em 2 de abril de 2021 às 20:54- Atualizado há 4 anos

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Coronel Julian Rocha Ponte quando assumiu o comando da PM no DF
Coronel Julian Rocha Ponte quando assumiu o comando da PM no DF. (Vinicius de Melo/Agência Brasília)

O comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Julian Rocha Ponte, foi exonerado do cargo nesta sexta-feira (2) após ter recebido uma dose da vacina contra a Covid-19 antes dos policiais que estavam na linha de frente.

Além do coronel Julian Rocha, outros dois militares do alto comando teriam tomado as doses remanescentes da vacina.

Não há nenhum trecho na nova circular do governo do Distrito Federal que indique que oficiais que exercem cargos administrativos teriam preferência no recebimento das doses remanescentes.

O documento determina que as doses remanescentes de vacina contra Covid-19 sejam usadas nos profissionais das forças de segurança que exerçam atividades de rua e que prestam serviços essenciais no enfrentamento ao novo coronavírus.

No comunicado, são listados ainda os profissionais que atuam nas fiscalizações diuturnamente no combate às aglomerações, nas distribuições e escoltas das vacinas, na segurança e manutenção da ordem nos postos de vacinas, na organização dos trânsitos dos drives e nos atendimentos pré-hospitalares.

A exoneração foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Distrito Federal nesta sexta-feira (2). A vacinação do alto comando da Polícia Militar foi revelada pelo site Metrópoles.

Segundo a reportagem apurou, a vacinação do comandante-geral da Polícia Militar antes de praças gerou repercussão negativa entre a própria corporação e os parlamentares.

Em nota enviada à imprensa, o coronel Julian Pontes disse que, apesar de poder ser classificado como inoportuno, o ato não foi ilegal. "Em nenhum momento furei os critérios estabelecidos para a vacinação, sendo vacinado dentro das doses remanescentes, após o término do período regular e sob a coordenação do funcionário da secretaria de Saúde."

O deputado distrital Chico Vigilante (PT) disse que os 8 mil praças que estão na rua deveriam ter prioridade porque estão na linha de frente. Para ele, isso desmoraliza o plano de vacinação do Distrito Federal.

"Se o comandante-geral tivesse 67 anos e quisesse se vacinar, eu ficaria calado. Mas o comandante-geral tem 47 anos. Será que ele não tem vergonha de passar na frente de 8 mil praças? Esses que deveriam ser vacinados, que estão na rua fazendo a segurança da população."

O deputado Hermeto (MDB) disse que a vacinação prioritária não se trata de posto, graduação ou de merecimento, mas sim de coerência com a realidade.

"Ele (comandante-geral), mais do que ninguém, sabe o quanto a tropa está sendo dizimada por esse vírus, a quantidade de companheiros de farda que estamos perdendo todos os dias. Foi um ato desumano não só com os policiais militares, mas com todos os civis que estão aguardando sua vez para serem vacinados."

A vacinação oficial das forças de segurança no Distrito Federal terá início nesta segunda-feira (5). Entram nessa lista os servidores das polícias Militar, Civil e Federal, Detran, Corpo de Bombeiros, além dos órgãos que apoiam o decreto das medidas restritivas do governo do Distrito Federal.

Policiais penais lotados no sistema penitenciário, assim como policiais rodoviários federais, que atuam no DF, também fazem parte do grupo.

A organização e postos para aplicação das doses serão definidos de acordo com o plano interno de cada órgão, mas deve considerar critérios como idade e maior exposição ao risco de contágio e transmissão.

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