O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira (9) cinco ministros que vão compor o seu governo a partir de janeiro. Confira os nomes e o perfil de cada um dos escolhidos:
Haddad têm experiência no Executivo. Foi ministro da Educação de 2005 a 2012, nos governos Lula e Dilma Rousseff. Professor de Ciência Política na USP (Universidade de São Paulo), é formado em Direito, tem mestrado em Economia e doutorado em Filosofia.
Um dos principais trunfos a seu favor, no entanto, é o fato de ter um histórico de lealdade que conquistou a confiança de Lula. Haddad foi o substituto do ex-presidente na campanha eleitoral de 2018, quando Lula foi impedido de ser candidato.
Em retrospecto, a escolha de agora parece ter sido definida já naquela época. Em entrevista à agência Reuters, Haddad contou que o ex-presidente o teria escolhido como ministro da Fazenda em caso de vitória naquela disputa. "Não se sabe disso, mas antes de eu ser convidado para ser vice de Lula, eu fui convidado por ele para ser ministro da Fazenda", afirmou Haddad.
A nova função na economia, no entanto, é vista dentro do PT com um teste para ambos, já que, até agora, Haddad foi alguém que trouxe mais soluções que problemas. O cargo de ministro da Fazenda, ironicamente chamado por políticos de 'o pior do mundo', inclui desagradar ao presidente da República em muitos casos.
Futuro ministro da Justiça e da Segurança Pública, o senador eleito Flávio Dino (PSB) deve levar sua experiência de articulador político e disposição para buscar construir consensos para uma das áreas mais sensíveis do futuro governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Formado em Direito pela Universidade Federal do Maranhão, Dino fez carreira na magistratura, foi presidente da Associação Nacional de Juízes Federais e membro do Conselho Nacional de Justiça.
Deixou a toga em 2006 para ingressar na política partidária e foi eleito deputado federal pelo Maranhão (2007 a 2011). Em 2014, foi eleito governador pelo PC do B (Partido Comunista do Brasil) prometendo um "choque de capitalismo" no Maranhão.
Sua vitória impôs a mais amarga derrota ao clã Sarney, que desde então perdeu protagonismo na política do estado. Dino foi reeleito para o cargo em 2018 e eleito senador neste ano, desta vez pelo PSB.
Mesmo mergulhado na gestão estadual, manteve-se ativo no debate nacional e se firmou como um dos mais importantes líderes do campo da esquerda.
Construiu uma relação próxima com Lula e, durante os processos que levaram à condenação e posterior prisão do presidente eleito, buscou atuar como uma espécie de contraponto no campo jurídico ao então juiz Sergio Moro, com críticas às suas sentenças.
Nascido na Liberdade, bairro pobre de maioria negra de Salvador, o petista chega ao núcleo central do governo federal fortalecido após eleger seu aliado Jerônimo Rodrigues (PT) para o governo baiano e ajudar a garantir 72% dos votos a Lula no quarto maior colégio eleitoral do país.
Com a nomeação de Rui Costa, a expectativa de uma Casa Civil com perfil mais técnico, com foco no acompanhamento dos projetos prioritários e na interlocução com os demais ministérios.
O governador é conhecido por ter um estilo centralizador e minucioso, acompanhando no detalhe a execução dos projetos sob sua alçada. Defende o planejamento como pilar central do governo e é um crítico feroz das emendas do relator.
Em sua gestão na Bahia, destacou-se como tocador de obras e registrou altos índices de popularidade. Por outro lado, sofreu críticas públicas até mesmo de aliados em relação à articulação política, tida como errática em alguns movimentos e de pouca interlocução com deputados e prefeitos.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou a indicação de Mauro Vieira para o Itamaraty -apadrinhado de Celso Amorim, principal referência do PT nas relações exteriores, seu nome vinha sendo cotado para a vaga nas últimas semanas. Assim, o diplomata retoma o cargo que ocupou em 2015 e 2016, no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT).
Se naquela época o Ministério das Relações Exteriores vivia um momento crítico, de problemas de orçamento e insatisfação dos diplomatas, o contexto que Vieira encara hoje é ainda mais desafiador.
Ele terá como missão restaurar a imagem internacional do Brasil, rebaixado à condição de pária durante o governo Bolsonaro em razão dos retrocessos no ambiente, da guinada ultraconservadora promovida pelo ex-chanceler Ernesto Araújo e de atitudes de Jair Bolsonaro (PL) –do apoio a Vladimir Putin em uma visita à Rússia dias antes do início da Guerra da Ucrânia à ofensa a Brigitte Macron, primeira-dama da França.
Isso em meio a um cenário geopolítico cada dia mais complexo, em que um conflito se desenrola em território europeu e as tensões entre China e Estados Unidos se intensificam.
Anunciado como futuro ministro da Defesa do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Múcio tem boa interlocução com diversos integrantes do Judiciário e do Congresso.
Celebrado por Jair Bolsonaro (PL), que já declarou ser "apaixonado" pelo ex-ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), Múcio tomou um café com o atual presidente no período eleitoral. Já no período em que Lula governava, ele costumava tocar violão para o então chefe do Executivo.
Afável, Múcio se aproximou de deputados jovens ao longo dos últimos anos. "Acompanhando meu mandato, fez chegar a mim um pedido de conversa. A partir daí, nos conhecemos e fomos criando uma relação de respeito", diz Marcelo Ramos (PSD-AM).
Já a deputada Perpétua Almeida (PC do B-AC), que já ocupou um cargo na Defesa e tem trânsito na área, avalia que Múcio é um nome que saberá comandar as Forças pela capacidade de articulação.
Ela afirma que o futuro ministro consegue reunir inimigos e amigos numa roda de violão. "Eu penso que ele é uma figura equilibrada, que respeita às instituições e é respeitado no meio político, jurídico e militar, tem relação com todos os campos da política."
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