O contágio de coronavírus no Brasil continua acelerado, indicam cálculos feitos pelo Imperial College nos 56 países do mundo que têm transmissão ativa.
A taxa de contágio (Rt), indicador que mostra para quantas pessoas em média cada indivíduo infectado transmite o coronavírus, foi estimada em 1,31 para a semana que começou nesta segunda (25) -ou seja, cada 100 contaminados passam o patógeno para outros 131, que por sua vez infectam 171, fazendo com que a doença se amplie mais rapidamente.
Uma taxa de contágio acima de 1 significa que a transmissão está fora de controle. Dos 7 países latino-americanos avaliados pelo Imperial College, 6 têm Rt acima de 1: além do Brasil, Bolívia, Chile, México, Colômbia e Argentina. O Peru teve o indicador calculado em 0,7.
A universidade britânica, referência no acompanhamento de pandemias, vem acompanhando países que tenham registrado no mínimo cem mortes por coronavírus desde o começo da pandemia e ao menos dez mortes em cada uma das duas semanas mais recentes.
No total, eles são 56, dos quais 27 estão na Europa. Entre os europeus, a estimativa é que a taxa de contágio esteja acima de 1 em seis: Rússia, República Tcheca, Portugal, Áustria, Belarus e Grécia, em ordem descrescente. Desses, só a Rússia tem previsão de mais de mil mortes semanais.
Com exceção dos Estados Unidos (que foi objeto de um estudo separado), o Brasil tem o maior número de mortes previstas para esta semana: 9.010, um aumento de quase 30% em relação à semana anterior, seguido pelo México, com 2.840.
Até a manhã desta terça, havia mais de 374 mil casos de coronavírus registrados no Brasil, com mortes acima de 23 mil e taxa de mortalidade de 10,5 por 100 mil habitantes, a 13ª maior entre os principais países do mundo.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a principal estratégia para reduzir a transmissão do coronavírus é ser capaz de testar todos os casos suspeitos, rastrear e isolar os contatos por ao menos 14 dias (para verificar se foram contaminados) e tratar os doentes.
Essa estrutura, aliada a medidas de distanciamento físico e higiene, permite restringir a mobilidade apenas de pessoas vulneráveis ou sob suspeita de ter o coronavírus, prejudicando menos a economia.
Segundo a OMS, até que o país adquira a capacidade de testar, rastrear e isolar, confinamentos podem ser a única opção para reduzir a velocidade de contágio antes que ele leve ao colapso o sistema de saúde.
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