O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a minimizar a pandemia do novo coronavírus nesta quinta-feira (2), quando disse "desconhecer qualquer hospital que esteja lotado" e afirmou que as consequências econômicas das medidas de isolamento social tomadas pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), não vão cair em seu colo.
"Eu desconheço qualquer hospital que esteja lotado. Desconheço. Muito pelo contrário. Tem um hospital no Rio de Janeiro, um tal de Gazolla [Hospital Municipal Ronaldo Gazolla], que se não me engano tem 200 leitos. Só tem 12 ocupados até agora", afirmou o presidente, na entrada do Palácio da Alvorada.
A nova rodada de críticas ocorre apenas dois dias depois de Bolsonaro ter feito um apelo por união em rede nacional de rádio e televisão, com o objetivo de coordenar esforços no enfrentamento da doença.
O presidente fez as declarações para um grupo de apoiadores que o esperava em frente à residência oficial.
Na conversa, novamente criticou governadores e disse que problemas ocasionados pela paralisação da economia em São Paulo, como queda na arrecadação estadual, não vão cair em seu colo.
"Tem uma ponte que foi destruída, que é a roda da economia, o desemprego proporcionado por alguns governadores. Deixar bem claro: alguns governadores. Porque daqui a pouco vai a imprensa falar que eu estou atacando governador. Em especial [o] de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Se eu não me engano, Rio Grande do Sul prorrogou [isolamento social] por mais 30 dias", queixou-se o presidente.
Doria e Carlos Moisés (PSL), de Santa Catarina, foram os principais destinatários dos ataques do presidente nesta quinta.
"Esse Carlos Moisés, pelo amor de Deus! Mais um que se elegeu com meu nome", disse Bolsonaro, numa crítica a medidas de fechamento do comércio e de isolamento social tomadas pelo governador.
Sobre Doria, um dos seus principais antagonistas, Bolsonaro disse que o tucano "acabou com o comércio de São Paulo" e agora quer ajuda federal para resolver o problema da queda de arrecadação.
Ele argumentou que as ações tomadas por Doria, por serem excessivas, se converteram num "veneno".
"Acabou ICMS, vai ter dificuldade para pagar a folha agora, com toda certeza, nos próximos um ou dois meses. E [Doria] quer agora vir pra cima de mim. Tem que se responsabilizar pelo que fez. Ele tem que ter uma fórmula agora de começar a desfazer o que ele fez de excesso há pouco tempo", sustentou.
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