> >
Coronavírus no Brasil ainda não é situação de epidemia, diz Mandetta

Coronavírus no Brasil ainda não é situação de epidemia, diz Mandetta

Luiz Henrique Mandetta,  ministro da Saúde, esclarece que país tem casos de transmissão sustentada

Publicado em 12 de março de 2020 às 15:58

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Ministro da Saúde André Luiz Mandetta . (Antônio Cruz/ Agência Brasil )

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta quinta-feira 12) que o Brasil já tem casos de transmissão sustentada do coronavírus, ou seja, de pessoas que contraíram o Covid-19 sem ter ido a um país onde a doença está em situação de contágio grave. Ele afirmou, porém, que a situação no país ainda não pode ser considerada epidemia, que é quando ocorre o contágio indiscriminado na sociedade sem que se consiga determinar a origem do vírus, as informações são da Agência Brasil. 

“Nós ainda estamos na véspera”, disse o ministro. “Essa doença vem como se fosse um vento, começa como uma brisa, vai ganhado força, ganhando força, até que chega num determinado momento que faz um movimento espiral, que é quando uma pessoa vai transmitindo para outra, transmitindo para outra, e essa espiral forma como se fosse um ciclone. Aí você faz um gráfico em que há um aumento muito rápido no número de casos.”

> CORONAVÍRUS | A cobertura completa

Segundo o ministro, o Covid-19 não apresenta grande letalidade individual e é “uma virose como outra qualquer”. Ele alertou que o Brasil passa atualmente por epidemias muito mais graves.

“Temos uma doença infecciosa no Brasil hoje chamada dengue. Tivemos milhares de casos e óbitos. Temos sarampo, que tem vacina”, disse Mandetta, reforçando o apelo para que as pessoas se vacinem. “Estamos vendo surto de sarampo com óbitos. A tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo e o Rio de Janeiro, infelizmente, há séculos, é uma das cidades com maior índice de tuberculose no mundo.”

Para Mandetta, a maior preocupação no momento é a sobrecarga no sistema de saúde. Ele lembrou, porém, que 80% dos infectados pelo Covid-19 não apresentam sintomas graves, sendo que 30% são assintomáticos, como crianças e adolescentes. “Vinte por cento vão ter algum grau de necessidade de cuidado”, disse o ministro, ressaltando que a morte tem ocorrido entre pessoas que apresentam outras doenças associadas. “São classicamente os que falecem por gripe todos os anos – no ano passado tivemos quase 550 mil internações por influenza e 9% de letalidade por gripe.”

Sobre os casos de transmissão local no Rio de Janeiro, anunciados nesta quinta-feira pela Secretaria de Estado de Saúde, o ministro disse que todo o sistema está sendo pautado por evidências científicas.

“Se isso é fato, você vai começar a ver espirais de casos. Daí você vai ficar mais atento se isso é num bairro, numa região, como as pessoas daquela região estão sendo atendidas. Hoje vamos fazer uma reunião com o secretário estadual e o municipal, para ver como o ministério pode ajudar, se a coisa está funcionando bem. Como eu fiz na semana passada em São Paulo, estou aqui hoje no Rio, amanhã volto a São Paulo, vou à Bahia, onde está acontecendo a mesma coisa, em Feira de Santana. Vamos nos desdobrar”, afirmou.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais