Para mapear e isolar os doentes, uma das principais estratégias é realizar testagem em massa, promessa que nunca saiu do papel. Quando a gente fala em vigilância em saúde, tem uma tríade básica que é rastrear, testar e isolar, afirma o médico Claudio Maierovitch. No momento em que a transmissão está acelerada, fica mais difícil fazer isso, mas não é impossível. O ideal seria determinar quarentena nos locais de maior transmissão para que haja uma queda no número de novos casos e fique mais fácil monitorar todas as infecções novas.
Para que o rastreamento funcione, uma alternativa indicada é recorrer ainda mais a unidades e equipes de atenção primária do SUS, rede capilarizada, próxima das comunidades e capaz de levar os cuidados para áreas distantes de grandes centros. Na prática, a medida poderia ajudar até a prevenir que casos graves aconteçam em locais sem UTI ou hospital.
De acordo com os pesquisadores, faltou uma ação coordenada posterior ao início da crise para conter o avanço da pandemia. Assim como foi feito um esforço para a abertura de novos leitos e de hospitais de campanha, deveríamos ter tido o mesmo movimento no programa Saúde da Família, pontua Maierovitch.
O sanitarista também defende o monitoramento precoce dos doentes. Alguns municípios estão usando os hospitais de campanha para internação mais preventiva, de doentes que não estão graves, mas que, por apresentarem fatores de risco, devem ser monitorados mais de perto para que uma piora seja rapidamente identificada.
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