O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), anunciou a prorrogação do isolamento social no Estado por 15 dias, a partir da próxima segunda-feira (30) ante a pandemia de coronavírus. "Eu não serei responsável pela morte de milhares de pessoas", afirmou na sexta-feira (27) em uma transmissão ao vivo pelo Facebook. O governo não descarta estender a medida além do dia 6 de abril.
Acompanhado do secretário de Estado de Saúde do Rio, Edmar Santos, Witzel anunciou o decreto e pediu que a população continue em casa e mantenha o distanciamento social, citando a explosão de mortes na Espanha e na Itália, além da manutenção das medidas restritivas nos Estados Unidos.
"Daqui para frente, se não mantivermos as restrições que o mundo inteiro adotou, nós teremos graves problemas pra poder salvar a sua vida", afirmou.
Witzel afirmou que está ciente das "dificuldades dos empresários" e da população que está sem trabalhar, mas citou o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga para defender a continuidade das medidas. "Uma economia doente é uma economia improdutiva", disse.
O secretário Edmar Santos ressaltou ainda a recessão que a Itália enfrenta após uma campanha publicitária do governo contra o isolamento. "O prejuízo lá, o desemprego e a fome, estão muito maiores do que se eles tivessem coragem de no primeiro momento acreditar no vírus e controlar a epidemia", afirmou.
Sem citar o nome do presidente Jair Bolsonaro, Witzel criticou orientações de corte do isolamento social. "Aquele que diz que não é para ficar em casa vai ser responsabilizado, porque nós estamos na contramão do mundo. Falar para as pessoas irem pra rua hoje é criminoso", afirmou.
O governador afirmou que o Estado vai distribuir um milhão de cestas básicas, além do auxílio de R$ 600 para trabalhadores informais e desempregados, para as famílias do Estado. Ele também agradeceu o trabalho de equipes de saúde, policiais, corpo de bombeiros e caminhoneiros. "Não vai faltar posto de conveniência para vocês", afirmou.
Para a manutenção das medidas, Witzel citou estudos científicos da área de pneumologia que apontam para uma disseminação acentuada no País. "Curiosamente, no Brasil o vírus está atingindo pessoas abaixo dos 50 anos. Depois de ler o artigo, fiquei muito preocupado também com os jovens", afirmou. Ele ressaltou que, como não há condições para testes em massa da população, a subnotificação do vírus pode ser exponencial.
O secretário Edmar Santos afirmou que o governo também vai iniciar testes com a hidroxicloroquina, mas desaconselhou o uso doméstico em larga escala. "Se você for tentar em casa, por conta própria, pode ter complicações graves, só pode ser orientada por um médico", pontuou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta