O prefeito Bruno Covas (PSDB) deverá definir somente na quinta-feira da próxima semana, dia 22, se as aulas presenciais serão retomadas na capital paulista a partir de 3 de novembro. Segundo a prefeitura, não se trata de um "adiamento" da decisão, mas da necessidade de analisar outras questões em conjunto com a sétima fase do inquérito sorológico, que teve os dados divulgados nesta terça-feira (13). Na semana passada, parte das escolas da cidade de São Paulo reabriram para atividades extracurriculares.
Cobrado sobre uma decisão a respeito da retomada das aulas, o secretário municipal da Educação, Bruno Caetano, afirmou que a decisão se dará por meio de um "contexto de informações". "Inquérito sorológico, censo sorológico e também todos os outros indicadores da cidade de São Paulo. O que prefeitura informou é que, durante o mês de outubro, com o avançar do inquérito e, principalmente, do censo, e das demais informações, vai se pronunciar", afirmou. "Então não há qualquer tipo de atraso ou adiamento dessa manifestação. A prefeitura, no mês de outubro, se manifestará sobre a data possível do dia 3 de novembro", completou.
Caetano afirmou também que, a partir da próxima segunda-feira (19), 15 escolas estarão abertas na capital paulista. "Elas manifestaram interesse ouvindo seus conselhos na última semana, na última sexta-feira."
Questionado pela reportagem sobre como garantir que a Covid-19 não vá se espalhar entre familiares dos alunos, tendo em vista que 70% dos estudantes que contraíram a doença são assintomáticos, Covas disse que essa é justamente a principal dúvida sobre o retorno ou não das aulas presenciais.
"Esse é o cerne da preocupação sobre a volta às aulas na cidade de São Paulo. É exatamente essa a questão que fez com que, até agora, a prefeitura restringisse. Estamos falando da possibilidade de essas crianças levarem, depois, a doença para dentro de casa, e não apenas se contaminarem", afirmou.
Segundo o prefeito, o fato de boa parte dos alunos conviver com pessoas acima de 60 anos em casa (de 26% a 29% dos estudantes da rede pública) é mais um motivo de atenção. "É exatamente por isso que temos feito com a maior cautela necessária, para que, quando retomar, a gente tenha algo de forma modular na cidade de São Paulo, para que não tenha um segundo pico da doença e não coloque em risco a saúde das crianças, dos professores e dos familiares", disse.
A afirmação de Covas abre a possibilidade para que nem todas as escolas ou todos os alunos retornem de uma só vez às aulas presenciais. "Ninguém aqui discute a importância da educação na vida dessas crianças, mas a saúde vem em primeiro lugar. Somente quando a vigilância sanitária entender que é o momento apropriado. Que a gente tenha dados que permitam a retomada, dizer de que forma vai ser essa retomada, é que vamos aprovar", afirmou.
O prefeito também disse que uma decisão sobre a reabertura de parques durante os fins de semana só se dará nos próximos 15 dias. "Peço um pouco mais de paciência às pessoas. Todo mundo gosta de frequentar o parque aos finais de semana, mas ainda não é o momento de estimular aglomeração na cidade de São Paulo. Acabamos de passar para mais uma fase importante do plano, com atividades culturais", afirmou. "Vamos aguardar mais um pouco, como teremos [a evolução] os casos nos próximos dias, para que possamos continuar na abertura segura para garantir e preservar vidas na cidade", completou.
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