Internado em tratamento contra um câncer, o prefeito Bruno Covas (PSDB) fez crítica indireta nesta terça-feira (26) à fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, citando um novo AI-5.
"Alguém me avise se pedirem o AI-5 de novo para eu sair do hospital e ir pra rua protestar contra", escreveu Covas, em uma rede social. Ele postou uma foto em que com tubos ligados a bolsa usada para injetar medicamentos e soro na veia.
Covas repercutiu declarações do ministro Guedes, que afirmou que haveria defesa do AI-5 em caso de radicalização dos protestos de rua no país.
O Ato Institucional número 5 foi editado em 1968, época mais dura da ditadura militar (1964-1985), e resultou no fechamento do Congresso Nacional, renovação de poderes conferidos ao presidente para cassar mandatos e suspensão de direitos políticos.
Covas ainda rebateu seguidores que o questionaram. "Prefeito fingindo que não entendeu a fala do ministro", disse uma mulher. "Entendi bem. E você!? Entendeu minhas palavras!? AI-5 não", escreveu Covas.
Outra seguidora afirmou questionou se "a cambada do PT" pode ir para a rua "destruir tudo" contra um presidente democraticamente eleito. Covas respondeu, então, que não: "Defendo a democracia de qualquer ataque dos extremos".
O prefeito rebateu outra pessoa que sugeriu que ele estivesse com saudade da esquerda. "Defender a democracia é ser de esquerda!? Onde você leu isso!?".
O prefeito se internou no início da noite desta segunda-feira (25) para a terceira sessão de quimioterapia no Hospital Sírio-Libanês. Ele se trata um câncer na região do estômago, com metástase no fígado.
O prefeito fez um hemograma que mostrou que está apto para a realização do procedimento, que deve durar 30 horas. A previsão é de que Covas inicie o tratamento na manhã desta terça (26).
Ainda não há previsão de alta, que depende da avaliação da equipe médica, coordenada pelo infectologista David Uip.
O resultado desta etapa é crucial para o tratamento do prefeito, que ficou 23 dias internado e recebeu alta no último dia 14. Só após esse ciclo, em dezembro, serão feitos novos exames para averiguar como os tumores responderam à quimioterapia. Depois dessa etapa, ainda não há previsão sobre os próximos passos.
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