Com oito votos, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado escolheu o senador Omar Aziz (PSD-BA) como presidente do grupo. A votação mantém o acordo feito previamente entre os partidos. O governista Eduardo Girão (Podemos-CE), que também concorreu, teve três votos.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), candidato único, ficou com a vice-presidência. Ele teve sete votos.
Ao assumir o posto, Aziz indicou imediatamente Renan Calheiros (MDB-AL) como relator do colegiado, em uma derrota para o Palácio do Planalto.
Na primeira manifestação após ser escolhido pelos colegas, Aziz afirmou que a CPI não servirá como vingança nem para fazer política com mortos."Não dá para discutir questões políticas em cima de quase 400 mil mortes. Não me permito isso porque perdi um irmão há 50 dias. Não haverá pré-julgamento da minha parte", disse, antes de acrescentar também que a CPI não vai proteger ninguém.
Sobre o fato de ter indicado Renan, Aziz destacou que "não existe senador pela metade". De acordo com o agora presidente da CPI, a discussão sobre quem pode ou não participar da comissão já está muito madura em relação à sociedade. "Estamos aqui malhando em ferro frio. O senador Renan votou pela ajuda para Estados e municípios. Se ele é suspeito, não deveria ter votado, mas é o papel dele."
Os nomes definidos para presidir e relatar a CPI confirmam as dificuldades que o governo Jair Bolsonaro (sem partido) terá para influenciar os trabalhos.
Foram mais de duas horas tentando barrar o acordo. Após a eleição, governistas voltaram a pedir a suspeição de Renan. Aziz indeferiu os pedidos e criticou a insistência na estratégia. "É justo as pessoas não terem a segunda dose para vacinar?", disse, em resposta ao senador Marcos Rogério (DEM-RO). "É medo da CPI ou do senador Renan?", complementou.
A CPI da Covid vai investigar ações e omissões do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus e o uso dos repasses de recursos da União aos Estados.
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