O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que vai apresentar um texto final robusto, incluindo a recomendação para indiciamento do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Renan, a comissão não vai "miar" ao produzir o relatório.
"[Jair Bolsonaro]Pode ser e com certeza será [indiciado]. Nós não vamos falar grosso na investigação e miar no relatório. Ele com certeza será pelo crime que praticou", afirmou Renan Calheiros, ao chegar para a sessão.
O relator afirmou que as figuras centrais de seu relatório serão o presidente, ministros de Estado e membros do chamado gabinete paralelo.
"[Serão figuras centrais entre os indiciados] O presidente da República, os ministros, aquelas pessoas que tiveram participação efetiva no gabinete paralelo e todos aqueles que tiveram responsabilidade no desvio de dinheiro público e na roubalheira. Então essas pessoas serão responsabilizadas", afirmou.
"Nós utilizaremos os tipos penais do crime comum, crime de responsabilidade, do crime contra a vida, do crime contra a humanidade e estamos avaliando com relação a indígenas do genocídio", completou.
O relator da CPI da Covid ainda afirmou que pretende dividir as recomendações de indiciamento, de acordo com o foro adequado para cada um dos atores políticos. Disse que será encaminhado à Procuradoria Geral da República apenas as questões referentes àquele órgão e que os demais pontos serão levados ao Ministério Público Federal de São Paulo e do Distrito Federal. Também será encaminhado material ao Tribunal de Contas da União.
Também antes da sessão, o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que a comissão vai recomendar o indiciamento de mais de 30 pessoas.
"Acho que serão mais de 30 [indiciados]. Inevitavelmente, o presidente da República tem vários tipos penais para serem encaixados", afirmou.
Renan Calheiros afirmou que não haverá tempo hábil para ouvir mais depoentes, além desta semana. No entanto, a comissão deve aprovar requerimento prevendo o envio de questionários para os ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Paulo Guedes (Economia).
"Não vamos poder mais ouvir o Queiroga, mas temos muita coisa para perguntar para ele. Não vamos ouvir o ministro Paulo Guedes, mas temos muita coisa para perguntar para ele. Então o ideal é que a gente aprove questionários e os envie ainda para termos as respostas", afirmou.
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