SÃO PAULO - Um em cada cinco eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) admite mudar seu voto para apoiar quem estiver à frente na corrida presidencial no próximo dia 2 de outubro — ou seja, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
É o que aferiu o Datafolha em nova rodada de levantamento sobre o humor do eleitorado, efetuada de terça (20) a quinta (22). O líder na pesquisa, Lula, somou 47% das intenções de votos totais, ante 33% do seu principal oponente, o presidente Jair Bolsonaro (PL) — com margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Mais importante para o petista, ele voltou a bater em 50% das intenções de votos válidos, a métrica que exclui brancos e nulos usada para a contagem oficial do resultado. Se tiver isso mais um único voto, vence sem a necessidade da rodada final no dia 30 de outubro.
Assim, ele tem focado sua campanha na reta final justamente no voto útil dos candidatos empatados no terceiro lugar, a senadora sul-mato-grossense e o pedetista. Virando uma quantidade razoável desses votos, pode finalizar a campanha no dia 2.
Segundo o Datafolha, são justamente os eleitores desses dois candidatos os que mais admitem o voto útil — no cômputo geral, são 11% os que dizem ser possível fazer isso. Entre os eleitores de Ciro, são 21%; entre os de Tebet, 22%.
Já 6% dos eleitores de Bolsonaro admitem a mudança, enquanto 11% dos lulistas o fazem. A margem de erro específica nesses casos é de 5 pontos para os eleitores de Ciro e Tebet e de 2 pontos para os de Lula e Bolsonaro. O índice de confiança é de 95%.
Não parece ser um processo tão simples para o petista: quando questionados sobre quem apoiarão num eventual segundo turno, eleitores ciristas parecem ter reprovado o assédio. Em uma semana, a fatia deles que diz votar em Lula contra Bolsonaro nesse cenário passou de 51% para 43%. Entre apoiadores de Tebet, o voto petista na segunda rodada oscilou para 42%.
Ciro tem demonstrado enorme contrariedade com o movimento, e Lula respondeu dizendo que o seu ex-ministro estava "surtando". Tebet também se queixa, mas de forma mais comedida.
O petista, que na semana passada tentou condensar a ideia de que lidera uma frente ampla contra o bolsonarismo ao juntar oito ex-presidenciáveis em um evento de apoio, e tem como vice o ex-rival Geraldo Alckmin (tucano que migrou para o PSB), diz que vai insistir em matar a fatura.
A pesquisa do Datafolha, contratada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, ouviu 6.754 eleitores em 343 cidades. Foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-04108/2022.
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