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Datena processa Marçal e diz que candidato ofendeu sua honra em fala que precedeu cadeirada

Datena processa Marçal e diz que candidato ofendeu sua honra em fala que precedeu cadeirada

Apresentador alegou que foi provocado antes da agressão ao adversário; na ocasião, Marçal disse que Datena foi acusado de assédio sexual - chamando ele de "Jack", gíria usada em presídios para estupradores - e que pagou uma repórter para manter o silêncio

Publicado em 17 de setembro de 2024 às 18:57

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CARLOS PETROCILO E ISABELLA MENON

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O candidato José Luiz Datena (PSDB) entrou com ação contra Pablo Marçal (PRTB) na qual afirma que o influenciador ofendeu sua honra e imagem pelas falas que antecederam a cadeirada no debate na TV Cultura no domingo (15).

A reportagem procurou a equipe do autodenominado ex-coach, que não respondeu.

O tucano alega que foi provocado antes da agressão ao adversário. Na ocasião, Marçal disse que o jornalista foi acusado de assédio sexual e que havia pago uma repórter para manter seu silêncio.

Na ação, a equipe jurídica de Datena, formada por Roberto Podval e outros seis advogados, afirma que é "lamentável que um candidato à prefeitura da cidade de São Paulo se utilize desse tipo de artifício para tentar se beneficiar na disputa eleitoral" e cita os diferentes momentos que precederam a cadeirada em que o jornalista foi provocado por Marçal.

A equipe pede que o Ministério Público Eleitoral seja notificado para denunciar Marçal por crimes contra a honra de Datena.

No episódio, o candidato do PRTB lembrou a denúncia de assédio e chamou o comunicador de "Jack", uma gíria usada em presídios para identificar acusados de estupro.

Após agredir o adversário, Datena foi expulso do debate, que foi interrompido e voltou ao ar com os outros quatro participantes. Em nota, os advogados do jornalista afirmam que o episódio não tem qualquer consequência jurídica no seu registro de candidatura, "inclusive já deferido pela Justiça Eleitoral".

A defesa ainda alfineta Marçal ao lembrar que o registro de candidatura somente pode ser impugnado por motivos relacionados ao uso de meios de comunicação e a abusos de poder político e econômico, "aos quais inclusive já responde Pablo Marçal na Justiça Eleitoral do Estado de São Paulo, em ações propostas por José Luiz Datena e também por outros candidatos".

Após a cadeirada, Marçal saiu do teatro para um hospital para receber atendimento médico.

Datena nega ter cometido assédio sexual e disse que o caso, além de ter sido arquivado, teria atingido a sua família e contribuído para a morte de sua sogra, que sofreu três AVCs (Acidente Vascular Cerebral).

A acusação de assédio contra o jornalista foi feita em 2019, quando uma colega de trabalho de Datena na Band o denunciou ao Ministério Público.

A acusação foi arquivada por ter sido apresentada mais de seis meses após o suposto delito. A legislação, à época, estipulava o prazo de até seis meses, a contar no dia do ato, para o direito de representação da vítima.

Após a repercussão, a colega se retratou e protocolou uma declaração no cartório em que afirma ter mentido. Dias depois, no entanto, afirmou nas redes ter sido induzida a se retratar.

Na segunda-feira (16), Marçal disse que iria à Justiça pedir o indeferimento da candidatura de Datena por causa da agressão.

Nesta terça-feira, os adversários voltaram a se encontrar em um novo debate promovido pela RedeTV! e pelo UOL.

Marçal, que participou com o braço imobilizado após ter sido hospitalizado, afirmou que, ao lhe dar a cadeirada, Datena teve um "comportamento de orangotango" e que havia sofrido uma tentativa de homicídio. "Ele não é homem, é um agressor", disse.

O tucano afirmou que não estava "nem um pouco feliz com o que aconteceu", mas disse que "desde criança meu pai ensinou que eu tinha que honrar a mim mesmo e minha família até a morte".

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