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Dentistas pressionam para agilizar vacinação da categoria em São Paulo

Dentistas pressionam para agilizar vacinação da categoria em São Paulo

O argumento da categoria é que os cirurgiões dentistas ficam altamente expostos à contaminação por terem contato direto e por longo período com a boca do paciente

Publicado em 3 de fevereiro de 2021 às 20:19- Atualizado há 4 anos

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Vacinação dos profissionais de saúde, veterinários e agentes funerários com 60 anos ou mais de idade, que estão na ativa, na Clínica da Família Estácio de Sá, na região central da cidade. O município do Rio de Janeiro ampliou hoje (27) o público-alvo da campanha de vacinação contra a covid-19.
Vacinação - aplicação de vacina. (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Profissionais de odontologia de São Paulo têm cobrado do governo do estado celeridade na vacinação contra a Covid-19. O argumento da categoria é que os cirurgiões dentistas ficam altamente expostos à contaminação por terem contato direto e por longo período com a boca do paciente --onde está um dos maiores foco de transmissão da doença.

Os cirurgiões dentistas foram incluídos na primeira fase da vacinação no último dia 18 de janeiro, quando o Plano Nacional de Imunização foi atualizado pelo Ministério da Saúde.

Eles entraram na categoria profissionais de saúde. Mas, diante da disponibilidade de poucas doses das vacinas, o ministério definiu grupos prioritários dentro da primeira fase, como médicos e enfermeiros que estão na linha de frente de atendimento aos pacientes com Covid-19.

Com a segunda remessa da vacina, profissionais da saúde que trabalham em hospitais públicos e privados e demais equipamentos de saúde serão vacinados. Dentistas que trabalham na rede pública já começaram a ser imunizados, mas, de acordo com o Crosp (Conselho Regional de Odontologia do Estado de São Paulo), eles são a minoria.

"Cerca de 80% dos cirurgiões dentistas do estado trabalham em consultórios particulares e ainda não há previsão de quando serão imunizados", afirma Marco Manfredini, conselheiro e tesoureiro do Crosp.

Segundo ele, o conselho está em constante contato com a Secretaria da Saúde, mas ainda não foi possível projetar um calendário de vacinação. "Não é questão de corporativismo. É preocupação pelo alto risco a que estamos expostos. Por isso pedimos que a imunização dos profissionais da saúde leve em conta o risco de contaminação para estabelecer as prioridades", diz.

Desde o início da pandemia, os dentistas adotaram alguns procedimentos para minimizar o risco de contágio nos consultórios. As consultas têm sido marcadas em horários espaçados, e os pacientes foram orientados a comparecer sozinhos, para evitar acúmulo de pessoas na sala de espera.

Antes de entrar no consultório, o paciente tem a temperatura aferida e recebe touca para colocar na cabeça, além de proteção para os calçados, a fim de não contaminar o ambiente. Ao iniciar o atendimento, o paciente ainda faz bochecho com um antisséptico para reduzir o risco de contaminação.

Já os profissionais intensificaram o uso dos equipamentos e proteção individual, com a inclusão do "face shield" (protetor facial). Mesmo assim, afirma Manfredini, em pesquisa feita pelo conselho regional em setembro de 2020 com 5.000 dentistas, 46% haviam feito teste para Covid-19 e desses, 10% tiveram resultado positivo para a doença.

"A população precisa saber que pode ir tranquila ao dentista, pois é um ambiente seguro, e o profissional precisa ter segurança para trabalhar da melhor forma. E só a vacina dará essa segurança", diz.

São Paulo possui 86 mil dentistas, de acordo com o Crosp. No país, são 330 mil profissionais.

Além da imunização dos dentistas, o conselho pede que a vacina contra a Covid-19 possa também chegar aos auxiliares de saúde bucal, que ficam nos consultórios. O estado reúne cerca de 20 mil desses profissionais, segundo o conselho.

A Secretaria de Estado da Saúde informou, por meio de nota, que a expansão da vacinação para públicos prioritários ocorre com base em critérios técnicos definidos pelo Programa Nacional de Imunizações e à medida que o Ministério da Saúde disponibiliza mais doses.

Em São Paulo, segundo a pasta, a campanha começou com profissionais de saúde, idosos com mais de 60 anos e pessoas com deficiência com mais de 18 anos vivendo em instituições de longa permanência, indígenas aldeados e quilombolas, e "conforme já anunciado, em fevereiro começam a ser vacinados também os idosos acima de 85 anos".

"Os profissionais da área de odontologia estão entre os trabalhadores da saúde que passam a ser contemplados com as novas remessas recebidas, sendo prerrogativa das prefeituras programar o abastecimento da rede para imunizar todas as pessoas que integram os públicos-alvo", diz trecho de nota enviada à reportagem.

A pasta ainda reforça que assim que o Ministério da Saúde viabilizar mais doses, novas etapas do cronograma de vacinação serão divulgadas.

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