O deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) tenta barrar na Justiça a investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo sobre o assédio à colega Isa Penna (PSOL), ocorrido em dezembro no plenário e registrado pelas câmeras da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Afirmando que houve violação do direito à defesa, os advogados de Cury entraram com recurso contra a decisão do desembargador João Carlos Saletti, do Tribunal de Justiça de São Paulo, que autorizou, no dia 15, a abertura da investigação pelo Ministério Público. Cury tem foro especial por prerrogativa de função.
O desembargador ainda não decidiu sobre o recurso. Ao jornal Folha de S.Paulo a defesa de Isa disse que esse tipo de recurso não é usual nesta etapa da investigação.
Segundo nota, a deputada acredita que "não passa de uma jogada suja de Cury em tentar abrir espaço para debates evasivos e ganhar tempo mirando em algum tipo de esquecimento público perante a sociedade e as pessoas que acompanham o caso inquestionável de assédio e esperam ansiosos por justiça".
Com base no depoimento de Isa, a Promotoria solicitou ao TJ-SP autorização para abrir a investigação criminal. A defesa de Cury argumenta que o desembargador deveria tê-lo intimado e ouvido sua versão antes de decidir.
Na peça, a defesa conduzida pelo advogado Renato Delmanto Júnior aponta o que diz ser uma contradição de Isa. Destaca que, no depoimento, ela afirmou que Cury apalpou o seu seio, enquanto, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, afirmou não ter dito que seu seio foi apalpado. Na entrevista, porém, Isa também afirmou ter falado sobre toque.
Para a defesa, a apalpação de seio foi o fato relevante para que a Promotoria investigasse o ato de importunação sexual. Mas, segundo a defesa, a deputada afirmou ao jornal Folha de S.Paulo e na tribuna da Assembleia que não houve apalpação de seio.
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