Pelo menos 30 pessoas estão desaparecidas após o deslizamento de terra na BR 376, que interdita um trecho da rodovia desde a noite de segunda-feira (28). É a primeira vez que autoridades do Paraná dão informações sobre o possível número de vítimas, divulgado na manhã desta quarta (30) em uma entrevista coletiva cedida pela Força Tarefa que trabalha no incidente, reunindo Bombeiros, a Defesa Civil e a Polícia Científica do estado. Segundo a Defesa Civil do Paraná, a pista atingida pelo deslizamento pode desabar devido ao peso da terra, que está sobrecarregando o asfalto.
A terra da encosta se desprendeu na altura do km 669 na rodovia, próximo a cidade de Guaratuba, no litoral paranaense. Desde então, duas mortes já foram confirmadas e seis pessoas foram resgatadas com vida. No pronunciamento da manhã de hoje, o coronel Vasco, comandante do Corpo de Bombeiros, esclareceu que o possível número de desaparecidos foi estimado levando em conta quantos ocupantes poderiam estar nos carros arrastados pela lama e ainda não foram encontrados.
No total, pelo menos 15 carros de passeio e seis caminhões foram atingidos no deslizamento.
Apesar do esforço das autoridades para identificar possíveis vítimas, o trabalho de resgate na BR 376 é dificultado pelas condições meteorológicas da região, que continua sendo atingida por uma forte chuva.
"Está totalmente instável, (tem o risco) não só de desmoronamento -ou deslocamento de massa, como a gente fala- como também do rompimento da pista. Essa terra tem um peso muito grande sobre essa pista, que está em uma região suspensa, então é um cenário muito complexo para se trabalhar", declarou ontem, à emissora RPC, o Cel. Fernando Schunig, coordenador estadual da Defesa Civil do estado.
A concessionária Arteris, responsável pela gestão da rodovia, declarou que está tentando abrir uma passagem de serviço na BR 376, para facilitar a passagem de ambulâncias, guindastes e viaturas, mas o mau tempo também prejudica a operação.
"(A situação) tem que ser tratada com cuidado, o monitoramento da encosta tem que ser feito permanentemente e à medida que for possível nós vamos avançando na limpeza das áreas e no reconhecimento das áreas que foram afetadas", afirmou Renato Lima, geólogo do Cenacid (Centro de Apoio Científico em Desastres) da UFPR (Universidade Federal do Paraná).
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