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Desmatamento cai pela metade na Amazônia em 2023, mas sobe no Cerrado

Desmatamento cai pela metade na Amazônia em 2023, mas sobe no Cerrado

Os Estados do Pará, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins e da Bahia tiveram as maiores áreas devastadas, de acordo com o Inpe

Publicado em 5 de janeiro de 2024 às 15:17

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BRASÍLIA - O desmatamento na Amazônia caiu 50% em 2023, em comparação com 2022, conforme o sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em contrapartida, a devastação do Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro, subiu 43% no período. Em dados absolutos, foram 5.151 km2 e 7.828 km2 de área desmatada em cada ecossistema, respectivamente.

É a primeira vez que o sistema Deter, em operação desde 2018, registra uma área desmatada no Cerrado, que ocupa cerca de 22% do território nacional, maior que a devastada na Amazônia, que detém mais de 50% de todo o território brasileiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números também representam o maior patamar de desmatamento do Cerrado já registrado pelo Deter, e o menor da Amazônia.

Desmatamento em área de Cerrado
Desmatamento em área de Cerrado. (MYKE SENA/WWF-Brasil)

Os Estados do Pará, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins e Bahia têm as maiores áreas devastadas, sendo o município de São Desidério (BA) o com maior degradação do Cerrado no ano (357 km2) e Altamira (PA) o com maior degradação da Amazônia no ano (1.284 km2).

A perda de vegetação nos dois biomas, somados, foi de 12.979 km2 em 2023, um valor 18% inferior ao de 2022 (15.740 km2). Colocando em perspectiva, é como se o Brasil tivesse deixado de perder dez cidades de São Paulo em vegetação em um ano, para perder 8.

A reportagem procurou o Ministério do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas para comentar os dados e a situação na Amazônia e no Cerrado, mas ainda não recebeu retorno. O governo Luiz Inácio Lula da Silva tem divulgado, desde o início da gestão, a pauta ambiental como uma de suas bandeiras; seus esforços têm sido visto como positivos, mas ainda aquém do necessário por especialistas.

No ano passado, o próprio Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já havia admitido ao Estadão que a estrutura de combate ao fogo na Amazônia é insuficiente. "Obviamente, a gente tem de se planejar melhor, ter estruturas melhores", disse Rodrigo Agostinho, presidente do órgão sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesta semana, na terça-feira, 2, os servidores do Ibama anunciaram paralisação das suas atividades de fiscalização de combate ao desmatamento, garimpo ilegal e prevenção e combate a incêndios florestais, o que pode agravar a situação. "É uma resposta direta à falta de ação e suporte efetivo aos servidores e às missões críticas que desempenhamos", justificaram na oportunidade.

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Os eventos climáticos extremos, como os provocados pela intensificação do El Niño - entre eles, o fogo na Amazônia e no Cerrado ao longo de 2023 - também colaboram para aumentar o problema e exigem ação mais efetiva e coordenada do governo federal.

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