O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que os envolvidos nas invasões aos prédios que abrigam os Três Poderes, em Brasília, serão presas e podem serem condenadas a mais de 20 anos de cadeia. Ele classificou os atos como terroristas e reforçou que quem defende o golpe "não conseguirá destruir a democracia brasileira".
Em coletiva de imprensa, durante a noite de domingo (8), o ministro afirmou que cerca de 200 pessoas tinham sido presas no ato de vandalismo que ocorreu em Brasília. A informação foi atualizada pela Polícia Civil do Distrito Federal, por volta das 22h30, de que o número havia subido para 300 prisões.
Manifestantes golpistas entraram na Esplanada dos Ministérios na tarde deste domingo (8), invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF (Supremo Tribunal Federal), espalharam atos de vandalismo em Brasília e entraram em confronto com a Polícia Militar.
A ação de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) ocorre uma semana após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), antecedida por atos antidemocráticos insuflados pela retórica golpista do ex-presidente no período eleitoral.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que todos os manifestantes golpistas que invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes serão encontrados e punidos.
O petista disse que eles são verdadeiros vândalos e anunciou a intervenção federal na área de segurança do Distrito Federal até o fim de janeiro.
Lula disse que os manifestantes poderiam ser chamados de nazistas e fascistas e disse que a esquerda nunca protagonizou um episódio similar a este no Brasil.
As forças de segurança conseguiram desocupar os prédios públicos invadidos na praça dos Três Poderes, usando para isso muitas bombas de efeito moral e spray de pimenta, por volta das 16h.
Helicópteros da Polícia Militar e da Polícia Federal também agiram, sobrevoando a praça e atirando bombas de gás. A tropa de cavalaria também foi acionada, além de carros blindados.
Os manifestantes ameaçaram uma nova investida contra os agentes, mas foram repelidos.
Pouco antes das 18h, os prédios do Palácio do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal) já estavam totalmente liberados. Nos arredores, manifestantes rezavam e marcavam posição, sentando e deitando em frente às tropas de segurança.
O teto e os arredores do Congresso, no entanto, seguiram ocupados por um período maior. Mas também acabaram desocupados após ação dos agentes de segurança.
No esforço de dispersão, a tropa de choque e a cavalaria avançaram contra os manifestantes que se encontravam nos arredores do STF, fazendo com que o grupo fosse em direção à Esplanada. O espaço foi liberado.
No interior do Palácio do Planalto, imagens mostram vidros quebrados, móveis atirados para fora do prédio, computadores e monitores no chão e ao menos um quadro rasgado.
Os manifestantes puderam circular livremente pelo interior do Planalto, inclusive pela rampa interna do Palácio. Os vândalos conseguiram, com isso, chegar perto do gabinete da Presidência da República.
Os apoiadores se dirigiram ainda ao STF, onde depredaram o Plenário onde acontecem as sessões de julgamento com a presença dos ministros do Supremo. Móveis de maneira foram revirados e danificados, vidros quebrados, documentos espalhados e cadeiras arrancadas do chão.
Um brasão da República foi retirado de uma das paredes do STF e removido do edifício junto com uma poltrona também retirada do prédio. Os manifestantes também usaram uma mangueira de incêndio para inundar o local.
No STF, os vândalos chegaram ainda a pichar nas janelas a frase "perdeu, mané" e também vandalizaram com a frase a escultura "A Justiça", feita em 1961 pelo artista plástico Alfredo Ceschiatti e que fica em frente ao Supremo.
A frase "perdeu, mané" faz alusão a uma resposta dada pelo ministro do tribunal Luís Roberto Barroso a um bolsonarista após sofrer hostilidades dos militantes durante viagem a Nova York.
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