O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez duras críticas à primeira decisão do novo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
"O discurso de paz e harmonia durou 10 minutos. Foi sucedido por um outro discurso, revanchista e odioso. E mostrou o tom de como ele vai conduzir a Câmara", disse Doria à reportagem.
O tucano se referia ao ato que Lira assinou assim que sentou-se na cadeira que foi de Rodrigo Maia (DEM-RJ) nos últimos quatro anos: cancelando o registro do bloco de partidos que apoiou seu rival, Baleia Rossi (MDB-SP).
O registro ocorreu minutos depois do prazo regimental, mas foi autorizado por Maia, que era o padrinho da candidatura de Baleia. Doria e o PSDB apoiavam o emedebista. Lira, por sua vez, era o nome do Centrão com apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), maior rival do tucano.
Como disse o governador, Lira fez deferência aos adversários em seu discurso inaugural, só para dar a canetada num ato que foi considerado violento até por alguns de seus aliados.
Com a dissolução do bloco de Baleia, haverá uma eleição para os outros cargos da Mesa da Câmara nesta terça (2). Isso poderá prejudicar partidos como MDB e PSDB, entre os dez que apoiaram Baleia, para conseguir lugares na estrutura de comando da Casa.
Lira foi eleito de forma avassaladora, com 302 votos ante 145 de Baleia.
Para aliados de Doria, o chamado rei do Centrão deverá empregar uma gestão truculenta e vingativa, após o amplo domínio de Maia na Casa.
Mais cedo, Doria havia elogiado a eleição de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a chefia do Senado. Apesar de também ter apoio de Bolsonaro, Pacheco tem melhor interlocução com grupos diferentes.
A eleição na Câmara já havia causado problemas para Doria, com a implosão do DEM devido à retirada de apoio do partido a Baleia. A aliança entre PSDB, MDB e DEM é uma das chaves da articulação do tucano para alavancar sua candidatura em 2022.
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