O governador João Doria (PSDB) disse nesta sexta-feira (29) que não se "submete a pressão de prefeitos" e manteve a decisão de não liberar a reabertura gradual nas cidades da Grande São Paulo. As prefeituras questionam as novas regras de quarentena.
Segundo Doria, as cidades vizinhas a capital não foram incluídas na reabertura por não terem quantidade de leitos considerada suficiente para o atendimento de pacientes com coronavírus. Ele disse que a reavaliação só será feita após a expansão da rede de saúde.
"A gente não se submete a nenhuma forma de pressão, nem de prefeitos, nem de parlamentares e nem do presidente. A orientação sempre foi a da ciência. Foi sempre assim e continuará sendo assim", disse o governador.
Após o anúncio da última quarta (27) que liberou a reabertura dos comércios na capital paulista, mas deixou de fora as cidades da região metropolitana, os prefeitos da Grande São Paulo passaram a questionar a decisão. Inclusive aliados de Doria cobraram isonomia na decisão do governo.
Segundo o governador, o que permitiu incluir a capital entre as cidades com reabertura do comércio, foi a ampliação do número de leitos.
"Cada região [da Grande São Paulo] tem uma quantidade de leitos que precisa ser ampliada. A formação de mais leitos é o que vai permitir que essas cidades avancem para a próxima fase", disse Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional.
Segundo os dados do governo, 90% da população do estado estão em cidades na fase de "atenção ou controle", ou seja, em que haverá algum tipo de retomada das atividades comerciais. O vice-governador, Rodrigo Garcia, disse ser "natural" o questionamento dos prefeitos que não tiveram suas cidades incluídas nessa fase de reabertura.
"É natural os prefeitos querem compreender e fazerem colocações mais críticas. Mas a atuação aqui é com diálogo, pactuação. Seria mais fácil prorrogar a quarentena em todo o estado, porque a epidemia não vai embora amanhã. Mas optamos não por um trabalho mais fácil, mas mais cuidadoso", disse Garcia.
Apesar da liberação para a reabertura de alguns setores na capital, o prefeito Bruno Covas (PSDB) destacou que nenhum estabelecimento está apto para voltar ao funcionamento na próxima segunda (1º). Ele disse que haverá, inclusive, o reforço na fiscalização até que os protocolos para a retomada das atividades sejam analisados pela Vigilância Sanitária do município.
"Nada reabre em 1º de junho. A partir de 1º de junho, a gente passa a receber os protocolos para considerar a reabertura, considerando as regras de distanciamento social, higiene, orientação aos clientes, horários alternativos de funcionamento", disse. O prefeito informou que não há um prazo para a avaliação da vigilância.
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