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Dr. Jairinho e mãe de Henry são presos pela morte do menino no Rio

Dr. Jairinho e mãe de Henry são presos pela morte do menino no Rio

Segundo a polícia, o casal também é suspeito de atrapalhar as investigações e de ameaçar testemunhas para combinar versões

Publicado em 8 de abril de 2021 às 06:45- Atualizado há 4 anos

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Doutor Jairinho é preso no caso do assassinato do menino Henry
Doutor Jairinho é preso no caso do assassinato do menino Henry . (Reprodução/TV Globo)

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, na manhã desta quinta-feira (8), o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade) e a namorada dele, a professora Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, 4, morto no dia 8 de março na Barra da Tijuca, zona oeste carioca.

Os mandados de prisão foram expedidos pelo 2º Tribunal do Júri da Capital. A prisão é temporária, com duração de 30 dias. O casal foi levado para uma delegacia na Barra da Tijuca. Vários policiais participaram da prisão. O casal foi recebido com gritos de assassinos na porta da delegacia, onde várias pessoas aguardavam a chegada.

A suspeita é que a criança tenha sido assassinada e que era submetida a sessões de agressão no apartamento em que morava com a mãe e o padrasto. O casal também estaria atrapalhando as investigações.

De acordo com a GloboNews, a polícia descobriu que Henry era agredido há pelo menos um mês antes da morte, inclusive com chutes e golpes na cabeça.

ENTENDA O CASO

O menino Henry Borel, morto aos 4 anos na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e o pai Leniel Borel -
O menino Henry Borel, morto aos 4 anos na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e o pai Leniel Borel. (Reprodução/Instagram)

Henry passou o fim de semana anterior à sua morte com o pai, que o deixou no condomínio da mãe e do namorado na noite do dia 7 de março, um domingo, sem lesões aparentes. Na mesma madrugada, Monique e Jairinho levaram o garoto às pressas para o hospital, onde ele chegou já morto.

Um exame de necropsia concluiu que as causas do óbito foram "hemorragia interna" e "laceração hepática" (lesão no fígado), produzidas por uma "ação contundente" (violenta). Ele tinha outras diversas lesões e hematomas pelo corpo.

No hospital, o casal disse que estava em outro quarto quando ouviu um barulho emitido pela criança e se levantou para ver o que havia acontecido. Chegando lá, teriam visto o menino caído no chão, com os olhos revirados, as mãos e pés gelados e sem respirar.

Dr. Jairinho ligou para o governador em exercício Cláudio Castro (PSC) após a morte de Henry, antes de o caso chegar ao noticiário. Ele teria dado sua versão do ocorrido e perguntado o que seria feito pelas autoridades, procurando também outros secretários e policiais.

Em nota, o governador confirmou o telefonema, segundo ele ocorrido horas antes de o caso ganhar repercussão na mídia. "Ao saber do fato, Castro limitou-se a explicar ao vereador que o assunto seria tratado pela delegacia responsável pelo inquérito e encerrou a ligação. O governador em exercício reitera que sempre garantiu total autonomia à Polícia Civil e que não interfere em investigações", informou.

Os investigadores já ouviram 17 pessoas sobre a morte. Entre elas, a faxineira que limpou o apartamento do casal um dia após a morte de Henry (antes da perícia), uma ex-namorada do parlamentar que o acusou de agressões contra ela e sua filha, na época criança, a psicóloga do menino e as pediatras que o atenderam no Hospital Barra D'Or.

Ao todo, 11 celulares foram apreendidos em diferentes endereços ligados à família da criança na semana passada. Diante de informações de que mensagens teriam sido apagadas dos aparelhos do casal, a polícia deve usar um programa de dados especial para resgatar as mensagens.

Segundo o advogado de Monique e Jairinho, "até agora isso se trata de fofoca" e é preciso aguardar o laudo oficial para confirmar se as mensagens foram de fato apagadas. Ele afirma que a professora teve seu celular hackeado, o que foi registrado em uma ocorrência online, já que a delegacia de crimes de informática está fechada em razão da pandemia.

Nesta semana, a defesa de Dr. Jairinho e de Monique pediu à Justiça a anulação de todas as provas que futuramente derivem dos celulares e computadores apreendidos nos endereços do casal e de seus familiares, durante as investigações sobre a morte do menino.

Em documento enviado à 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro nesta terça (6), os advogados também dizem que o parlamentar é perseguido pelo delegado responsável pelo caso, Henrique Damasceno, e por isso solicitam que o inquérito passe para as mãos da Delegacia de Homicídios da cidade.

PERGUNTAS AINDA NÃO RESPONDIDAS SOBRE O CASO

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Peritos apontam que as lesões no corpo de Henry não são compatíveis com acidente doméstico. O que as causou? Por que a faxineira limpou o apartamento antes de a polícia fazer a perícia? Uma ex-namorada de Dr. Jairinho o acusa de agredir sua filha, na época criança. A defesa diz que ele é perseguido pela mulher há 10 anos. O vereador estaria envolvido na agressão? As mensagens nos celulares do casal realmente foram apagadas? Por qual motivo? Uma outra ex-namorada do vereador contou à polícia que, seis horas após a morte do menino, teve uma conversa com Jairinho "como se nada tivesse acontecido". Por que ele não falou sobre a morte?

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