O drama vivido pela população do Amapá ganhou as redes sociais e o apoio de políticos e famosos. Nesta sexta-feira (6) completam quatro dias seguidos em que os moradores da capital Macapá e mais 13 municípios estão sem energia elétrica.
O apagão foi provocada por um incêndio em uma subestação de Macapá, na noite da última terça-feira (3), e o plano do grupo de crise criado pelo governo do estado prevê restabelecer totalmente o fornecimento de energia só pelos próximos 15 dias.
Desde então, cenas apocalípticas geradas pela falta de energia tomaram as redes sociais. Filas de pessoas aglomeradas em shopping e aeroporto em busca de uma tomada para carregar os aparelhos celulares.
Outras muitas filas em busca de comida e água mineral nos supermercados. E outras aglomerações para conseguir uma reserva nos hotéis da capital amapaense que possuem gerador e, portanto, ar-condicionado nos quartos.
Um dos primeiros relatos do caos a viralizar foi o da moradora Heluana Quintas, que tem usado o Facebook para mostrar o que ela e seus conterrâneos têm enfrentado diante da falta de energia.
Numa das publicações, Heluana escreveu: "Não tem água encanada. Não tem internet e raras vezes funciona Claro e Vivo. Os postos de gasolina não podem operar sem energia, então não temos gasolina também. Não dá para sacar dinheiro nos caixas eletrônicos, nem comprar comida com cartão. Estamos num pico de contaminação e lotação nos hospitais devido à pandemia. Eles estão funcionando por gerador. Não sabemos por quanto tempo. As cirurgias foram interrompidas. Torçam, rezem, orem, mandem 'positive vibration' aos enfermos", postou.
A publicação da moradora logo tomou as redes sociais acompanhada das hashtags #SOSOAmapa, #ApagaoNoAmapa e #AmapaPedeSocorro em publicações de políticos e famosos. A hashtag #Amapá foi aos trending topics (assuntos mais comentados do Twitter) no Brasil nesta sexta-feira (6).
A ex-senadora pelo Acre, Marina Silva (Rede), comentou os problemas enfrentados pelo Amapá. "É gravíssima e estarrecedora a situação no Amapá. Em quase todo o estado, já são mais de 40 horas sem energia elétrica, água, internet e sinal de celular. As autoridades públicas precisam agir com urgência para contornar os transtornos e os prejuízos provocados a todos os amapaenses", disse pelo Twitter.
O presidente da OAB-AP (Ordem dos Advogados do Brasil do Amapá), Auriney Brito, também desabafou pelas redes sociais sobre a situação de seu estado nesta quinta-feira (5). "Estamos chegando a 48h sem energia no Amapá. Macapá entrando em convulsão por falta de água potável, combustível e outros itens básicos. Não é hora de politizar ou buscar culpados, precisamos da solidariedade e orações de todos. No meio desse caos, ainda há pandemia por aqui", disse.
"A falta de energia tem provocado uma série de problemas como desabastecimento de água, queda nos sistemas de internet, paralisação de agências bancárias e de outros serviços essenciais. Moradores se queixam de não conseguirem nem comprar comida e remédios, e nem sacar dinheiro", escreveu o influenciador digital Hugo Gloss em suas redes sociais.
O ex-governador do Amapá e atual deputado federal, Camilo Capiberibe (PSB), disse que quando soube do problema acionou os órgãos competentes para investigar as causas do incêndio que deixaram o estado às escuras.
"Na quarta-feira (4), ao mesmo tempo em que acionamos o governo federal, MME, Eletronorte, governo do estado e CEA para restauração urgente da energia elétrica, eu e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pedimos ao MPE, MPF, TCU e ANEEL a investigação para apurar as causas e responsáveis pelo incêndio e apagão", escreveu o palamentar pelas redes sociais.
Entre as centenas de milhares de postagens sobre o caos que tomou o Amapá, internautas disseram que a situação por lá só não foi resolvida porque o estado "é distante e invisível do restante do país".
"O estado do Amapá tá um caos e ninguém tá falando sobre isso. Esse vídeo é uma fila pra abastecer gasolina, toda a população sem internet, sem água encanada, comidas estragando e tudo isso no meio de UMA PANDEMIA. Os amapaenses seguem sendo invisíveis pro Brasil e governantes", disse uma postagem de uma página de nome "SOS AMAPÁ".
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