Desde a noite de domingo, 20, circula pelas redes sociais uma reportagem antiga da agência Reuters sobre um vazamento de petróleo ocorrido em uma operação da companhia petrolífera Shell. A divulgação do conteúdo tem provocado confusão nos debates sobre a contaminação por petróleo que afeta atualmente o Nordeste brasileiro.
Intitulada Shell confirma pequeno vazamento de óleo em transferência marítima nas águas brasileiras (tradução livre), a reportagem foi publicada pela agência de notícias em 10 de dezembro de 2018 e se refere a um episódio ocorrido na Bacia de Santos, que fica no litoral de São Paulo. Não há, portanto, relação entre o episódio descrito e a contaminação atual no Nordeste.
As informações foram checadas pelo projeto Comprova, coalizão que reúne 24 veículos de imprensa do Brasil para combater desinformações relacionadas a políticas públicas do governo federal. Participaram da verificação jornalistas de AFP, Jornal do Commercio, Poder360, Correio da Bahia, A Gazeta, Band, Estadão e UOL.
Desde o fim de agosto, manchas de óleo começaram a aparecer em praias de todos os estados do Nordeste brasileiro. Análises realizadas pela Petrobras e pela Marinha indicaram que o material é petróleo cru e não algum derivado.
A Polícia Federal, a Marinha e o Ministério do Meio Ambiente estão investigando o caso, mas até agora não se sabe qual é a origem do petróleo que afeta a costa brasileira.
Em meio à contaminação do litoral do Nordeste, foram encontrados tambores da empresa Shell no Sergipe e no Rio Grande do Norte. A empresa afirma que o conteúdo dos barris não tem relação com o óleo cru encontrado nas praias da região.
A PF investiga os clientes que compraram os barris. Segundo a Shell, os compradores são dos Emirados Árabes Unidos e da Libéria.
O link acumula mais de 40 mil interações no Facebook, de acordo com a ferramenta de monitoramento de redes Crowdtangle, e circulou recentemente em páginas como Rede de Informações Anarquistas e Blog Vamos Resistir ao Golpe e no perfil @renatinhois no Twitter.
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