O aumento da remuneração dos militares por meio da criação de cargos exclusivos para a categoria chamou a atenção da área econômica, que questionou os militares sobre as mudanças. Em documento obtido pelo Estadão/Broadcast, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) responde a várias perguntas sobre esse ponto, feitas pelo Departamento de Modelos Organizacionais do Ministério da Economia.
"Verifica-se aumento significativo quanto aos valores de remuneração. Tendo em vista que a inflação acumulada nos últimos dez anos foi de 61,81%, seria possível informar se foi utilizado algum índice de reajuste de valores? Haveria memória de cálculo?" questiona a área econômica. A pasta observou, a partir de detalhes técnicos da remuneração, que os valores propostos, principalmente para os Cargos Comissionados Militares (privativo a oficiais), "correspondem a até 88% dos valores de soldos atuais de militares".
Na resposta, o GSI não apresentou cálculos, mas defendeu a necessidade de "corrigir distorções" entre os valores pagos a ocupantes de cargos civis e as remunerações a militares. "A diferença entre os valores é, em média, de 600% a mais, no caso dos servidores civis", afirmou o órgão em nota técnica.
O GSI admite que os valores propostos "não dizem respeito a qualquer índice de reajuste ou recomposição das perdas inflacionárias", mas reforça que o objetivo é "corrigir a enorme disparidade entre as remunerações das tipologias existentes na Presidência da República, Vice-Presidência da República e no Ministério da Defesa".
Segundo o Gabinete de Segurança Institucional, é preciso que a remuneração esteja de acordo com "o conjunto de atribuições e responsabilidades da atividade exercida, independentemente de outros fatores".
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