Mergulhado em uma nova guerra de listas, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) destituiu, nesta segunda-feira (21), todos os 12 vice-líderes do PSL na Câmara, em uma degola que atinge nomes ligados principalmente ao presidente do partido, o deputado federal Luciano Bivar (PE).
Eduardo se reuniu nesta tarde com outros oito parlamentares bolsonaristas - Aline Sleutjes (PR), Carlos Jordy (RJ), Filipe Barros (PR), Sanderson (RS), Major Vitor Hugo (GO), Bia Kicis (DF), Coronel Armando (SC) e Chris Tonietto (RJ).
Mais cedo, Eduardo foi confirmado na liderança da legenda pela Secretaria-Geral da Mesa (SGM). A ala bivarista, no entanto, tenta devolver o posto a Delegado Waldir (GO).
Com a destituição de Waldir, nenhum outro parlamentar além de Eduardo estaria autorizado a falar em nome do PSL na Câmara. A intenção da ala bolsonarista é centralizar no filho do presidente as decisões e orientações do partido na Câmara. Esse é um papel que cabe ao líder e, em sua ausência, aos vice-líderes.
Os nomes dos novos vice-líderes devem ser apresentados nesta terça, caso a guerra de listas termine -além da lista com o nome de Eduardo, a ala bivarista protocolou uma relação com 28 nomes que ainda precisa ser verificada pela SGM. Caso todas as assinaturas sejam conferidas e validadas, Waldir retomaria o posto, pois o critério utilizado é lista com o apoio de metade dos deputados do partido mais um.
Na lista de vice-líderes destituídos há pelo menos um nome declaradamente ligado a Bolsonaro -o do deputado Daniel Silveira, que se infiltrou em uma reunião da ala bivarista para expor o movimento contrário ao presidente. A maioria dos vice-líderes, no entanto, é ligada a Bivar, como Júnior Bozzella (SP), Nelson Barburdo (MT) e Joice Hasselmann (SP).
Nesta manhã, a Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados confirmou o nome de Eduardo como novo líder do PSL na Casa. Segundo a SGM, a ala bolsonarista do PSL conseguiu coletar 32 assinaturas em apoio de Eduardo. Desse total, três eram repetidas e uma não conferiu, o que significa que apenas 28 assinaturas foram consideradas válidas -eram necessárias pelo menos 27.
A confirmação ocorreu pouco depois de Waldir entregar o cargo. A desistência do deputado de ocupar o posto foi anunciada por meio de um vídeo gravado por ele na manhã desta segunda-feira e divulgado por sua assessoria de imprensa.
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