Especialistas dizem que os resultados dos testes apontam que a Coronavac é segura e eficaz, mas ponderam que a eficácia menor exige ritmo de vacinação mais veloz para frear o avanço da pandemia no Brasil.
A bióloga Natalia Pasternak, cientista independente convidada a participar do anúncio do Butantan, celebrou a divulgação de mais detalhes dos dados e afirmou que a Coronavac, embora não tenha atingido eficácia tão alta quanto a de outras vacinas, terá papel importante na contenção da pandemia.
"Não é a melhor vacina do mundo, mas é uma boa vacina. Tem sua eficácia dentro dos limites do aceitável pela comunidade científica, pela OMS e por parâmetros internacionais", afirmou a pesquisadora.
"É o que temos, é uma proteção e 50% é melhor do que nada. A vacina também demonstrou dar uma proteção de 78% em termos de prevenir casos leves. Vai ajudar", comentou a epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin Vaccine. "Mas com essa taxa de eficácia, teremos de vacinar praticamente toda a população. E temos de começar o mais rápido possível. O ideal seria termos mais opções de vacinas mais rapidamente", acrescentou Denise.
Outras vacinas. Marco Aurélio Sáfadi, professor da Santa Casa de São Paulo, acrescentou que outros imunizantes com perfil similar tiveram bom resultado. "A vacina de coqueluche usada há décadas tem um perfil muito similar a esse. Previne, com muita eficiência, formas graves de coqueluche, e, com alguma eficácia, as formas de coqueluche de maneira geral. A própria vacina de gripe, que apresenta estimativa de eficácia inferior a essa que foi apresentada, também propiciou impactos substanciais em termos de prevenção", diz ele, presidente do departamento de infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.
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