Em passagem por Goiânia (GO), nesta sexta-feira, 8, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) ignorou a decisão da Justiça de libertar da prisão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao discursar e ao falar com apoiadores.
Segundo auxiliares de Bolsonaro, o presidente evitou fazer comentários sobre a soltura, mesmo longe da imprensa. Um aliado de Bolsonaro no Congresso, presente no evento, disse que o presidente mencionou que pretende evitar dar sinais de afronta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre derrubar a possibilidade de prisão em segunda instância, medida que abriu o caminho para o petista sair da prisão. Segundo outras duas fontes que acompanharam a viagem, Bolsonaro se manteve calmo, pois já havia "precificado" que Lula seria beneficiado pela decisão da Corte.
Bolsonaro participou de evento para entrega de 214 ônibus escolares a 133 municípios goianos. Por volta de 16h25, minutos após a decisão de soltar Lula, um assessor se aproximou de Bolsonaro e mostrou a ele uma informação na tela do celular. Bolsonaro estava sentado no palco do evento ao lado de ministros e outras autoridades. Não está claro se o assessor comunicava Bolsonaro sobre a decisão da Justiça. Momentos depois, Bolsonaro voltou a cochichar com o mesmo assessor.
Bolsonaro discursou por pouco menos de 10 minutos durante o evento. Em nenhum momento fez menção ao caso de Lula ou à decisão do Supremo.
Após o evento, havia previsão de o presidente conversar com a imprensa. A equipe de comunicação do Palácio do Planalto chegou a montar uma estrutura para a entrevista coletiva. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, se aproximou do local, mas, no fim, ninguém falou com os jornalistas.
A comitiva do presidente, então, se dirigiu para a inauguração do escritório político do líder do governo na Câmara, Major Victor Hugo (PSL-GO), na capital goiana. Ao chegar no local, Bolsonaro tirou selfies com apoiadores e pegou uma criança no colo. Na saída, Bolsonaro deixou o local sem dar declarações.
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