Com o sistema eleitoral eletrônico posto em dúvida pelo candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), líder das pesquisas de intenção de voto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou um vídeo nesta sexta-feira (21) que explica o funcionamento e a segurança das urnas de voto. O tribunal voltou a ressaltar nas redes sociais que nunca houve constatação de fraude desde que o sistema foi adotado, há 22 anos, e que a operação tem fiscalização e auditoria abertas a autoridades, partidos e eleitores.
A operação é composta por 15 milhões de linhas de programação em 120 sistemas auditados e lacrados em cerimônia pública. "Se uma vírgula for alterada, a urna não funciona", garante o TSE. Partidos políticos, Ministério Público e sociedade civil podem verificar os programas feitos pela Justiça Eleitoral para o pleito.
Antes de cada eleição, as barreiras digitais a fraudes são colocadas à prova, em teste público. Auditorias também podem ser realizadas no dia da votação. A "zerésima" - documento que comprova não haver votos registrados na urna - é impresso antes de ela ser usada no pleito. Depois da votação, os equipamentos impremem um boletim que mostra os votos registrados naquela seção eleitoral. Qualquer pessoa pode ter acesso a eles e comparar com os resultados divulgados.
No começo da semana, a presidente do TSE ministra Rosa Weber, disse que é desconectada da realidade a crítica Bolsonaro às urnas eletrônicas. Segundo o presidenciável, o aparelho é passível de fraude. A ministra garante que as urnas são "absolutamente confiáveis".
- Temos 22 anos de utilização de urnas eletrônicas. Não há nenhum caso de fraude comprovado. As pessoas são livres para expressar a própria opinião. Mas, quando essa opinião é desconectada da realidade, nós temos que buscar os dados da realidade. Para mim, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, as urnas são absolutamente confiáveis - disse.
Rosa Weber ressaltou que o mecanismo é passível de auditoria. Mas, no período em que é aberta a fiscalização do sistema, os partidos não costumam comparecer ao TSE. Ela também lembrou que, na última eleição presidencial, o PSDB pediu a auditoria da votação. Ao fim, ficou constatada a integridade do pleito.
Questionado se é preocupante alguém que tem um quarto da preferência do eleitorado colocar em dúvida o sistema de votação, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, ex-presidente do TSE, apontou que esse mesmo sistema eletrônico elegeu Bolsonaro.
- Ele sempre foi eleito pela urna eletrônica - disse Toffoli, em entrevistas a repórteres especializados na cobertura da Corte.
O ministro destacou também que, este ano, a eleição terá observadores internacionais da Organização dos Estados Americanos (OEA) "para acabar com determinadas lendas".
- As urnas são totalmente confiáveis. São auditáveis para os partidos, Ministério Público e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) - disse Toffoli, que comparou as teses de fraude a folclore. - Tem gente que acredita em saci pererê.
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