Uma funcionária do Carrefour onde João Alberto Freitas, 40, foi espancado e morto por seguranças na última quinta-feira (19) disse à polícia que ele a encarou e que "parecia estar furioso com alguma coisa", segundo depoimento divulgado pelo Fantástico, da TV Globo.
Novos vídeos obtidos pela Folha de S.Paulo com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul mostram os momentos anteriores ao crime. João Alberto chega ao supermercado com a mulher, Milena, pouco antes das 22h, conforme o horário das câmeras. Dez minutos depois, o casal vai ao caixa para pagar as compras, onde ele parece conversar com a esposa e a atendente.
Logo em seguida, o cliente sai do caixa e se aproxima de uma outra funcionária de preto, que estava ao lado de um dos seguranças presos pela sua morte, Magno Borges Braz. Ela se esquiva e sai de perto, mas ele segue atrás dela e faz um gesto com a mão esquerda levantada. Não é possível entender o significado do gesto pela imagem.
Foi essa funcionária que relatou em depoimento no sábado (21) que João Alberto passou a encará-los enquanto estava no caixa. Ela disse que não entendeu o que Beto disse, por causa do barulho e da máscara, e que ele "não parecia estar fazendo uma brincadeira quando gesticulou em direção a ela e seu colega, mas parecia estar furioso com alguma coisa".
A esposa Milena, segundo o Fantástico, deu outra versão à polícia sobre esse momento. Ela afirmou que seu marido "fez um sinal com as mãos para uma moça magrinha de roupa preta, em forma de brincadeira".
Nos minutos seguintes, João Alberto volta para perto da mulher e espera ela passar as compras pelo caixa. Então chega uma terceira funcionária de branco, a fiscal Adriana Alves Dutra -que depois intimidou o homem que gravava o espancamento-, e conversa com o segurança Magno e com João Alberto.
Um segundo vigilante, Giovane Gaspar, aparece, coloca a mão nas costas do cliente e os três -a mulher de branco e os dois seguranças- o seguem até a saída do mercado. Uma outra câmera mostra João Alberto descendo a esteira rolante, com os funcionários atrás. Quando Milena aparece segundos depois com o carrinho, mais dois funcionários passam correndo por ela.
Possivelmente, essa foi a hora em que, em outra imagem, João Alberto dá um soco em um dos vigilantes ao chegar na porta. Ele depois foi espancado por pelo menos dois minutos e asfixiado por quase quatro minutos, diante de 15 testemunhas, e morreu no local.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta