O Grupo Vector, empresa terceirizada do hipermercado Carrefour, anunciou que rescindiu por justa causa os contratos de trabalho dos dois vigilantes envolvidos no espancamento do cliente negro na noite de quinta-feira (19). A morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, o gerou revolta e protestos em todo o país. O laudo médico apontou que a vítima morreu por asfixia.
Em comunicado, a empresa informou lamentar "profundamente os fatos ocorridos e se sensibiliza com os familiares da vítima". Em nota divulgada na sexta, a companhia garantiu não ser responsável pela vigilância do prédio, mas sim do setor de prevenção e perdas.
O Grupo Vector também assegurou que irá auxiliar a Polícia Civil na elucidação dos fatos, "estando à disposição das autoridades e colaborando com as investigações para apuração da verdade" e que "submete seus colaboradores a treinamento adequado inerente às suas atividades, especialmente quanto à prática do respeito às diversidades, dignidade humana, garantias legais, liberdade de pensamento, bem como à diversidade racial e étnica."
Os vigias Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva, policial militar temporário, foram flagrados pelas câmeras de segurança espancando João Alberto até a morte. Os dois tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça. Eles foram autuados em flagrante por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Na sexta, uma grande manifestação foi realizada em frente à unidade do Carrefour, situada na zona norte de Porto Alegre. O protesto terminou em confronto entre manifestantes e a Brigada Militar. Cinco pessoas ficaram feridas, três manifestantes e dois PMs. Outras duas foram presas. Outras manifestações foram realizadas pelo país, em protesto contra o assassinato de João Alberto, inclusive diante da loja do Carrefour, em Vila Velha.
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