> >
Entenda: inquérito no STF mira operadores de ataques e aliados de Bolsonaro

Entenda: inquérito no STF mira operadores de ataques e aliados de Bolsonaro

Operação combate a propagação de fake news. Foram alvos de mandados de busca e apreensão militantes, blogueiros, youtubers, políticos bolsonaristas e assessores

Publicado em 27 de maio de 2020 às 15:18

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Luciano Hang, dono da Havan e apoiador do presidente da República
Luciano Hang, dono da Havan e apoiador de Bolsonaro e foi alvo da operação. (Reprodução Facebook)

Investigadores que trabalham no chamado inquérito das fake news do STF (Supremo Tribunal Federal) concentraram a operação desta quarta-feira (27) em três grupos: operadores de uma rede de ataques a autoridades, possíveis financiadores dessas atividades e parlamentares aliados do presidente Jair BolsonaroForam alvos de mandados de busca e apreensão militantes, blogueiros, youtubers, políticos bolsonaristas e assessores. A maior parte tem forte atuação nas redes sociais e publica críticas a ministros do STF e integrantes de outras instituições.

Neste primeiro grupo está Allan dos Santos, editor do site Terça Livre. Ele é considerado um influente participante da rede que promove ataques a desafetos do presidente. São citados também dois assessores do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP), um dirigente do movimento Nas Ruas e a ativista Sara Winter, que lidera o acampamento criado em Brasília para formar militantes bolsonaristas. O inquérito também mira possíveis financiadores dessas atividades. Segundo investigadores, esse é considerado um dos pontos-chave do funcionamento dessa rede.

Foram alvos Luciano Hang (dono da rede de lojas Havan), Edgard Corona (CEO das academias Bio Ritmo e Smart Fit) e Otávio Fakhoury (investidor). Este último anunciou que financiaria as manifestações do dia 15 de março, que tiveram ataques ao STF e ao Congresso. 

Já os deputados federais e estaduais citados na operação não foram alvos de busca e apreensão. O ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito no Supremo, determinou que eles sejam ouvidos pela Polícia Federal em até 10 dias. Estão no grupo conhecidos defensores do governo nas redes, como as deputadas federais Bia Kicis (PSL-DF) e Carla Zambelli (PSL-SP).

Outro nome citado é o do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). Em novembro do ano passado, depois que o STF decidiu contra o cumprimento de penas após condenação em segunda instância,? o parlamentar publicou em suas redes: "Se precisar de um cabo, estou a [sic] disposição". A frase era uma referência a uma declaração feita por Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), em 2018, sobre uma eventual reação de seu grupo político ao Supremo. Filhos do presidente e seus assessores diretos não foram alvos dessa operação. 

O inquérito do STF já foi alvo de críticas por ter sido criado sem a participação do Ministério Público e por ter determinado medidas classificadas como censura a veículos de imprensa.

Alvos da operação protestaram contra a execução dos mandados e negaram a divulgação de notícias falsas. O empresário Luciano Hang cobrou a defesa da "liberdade de expressão e de pensamento".

ALVOS DE MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO 

POLÊMICAS SOBRE O INQUÉRITO DO STF 

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais