RIO DE JANEIRO - O Rio de Janeiro sedia nestas quarta (21) e quinta-feira (22) a primeira reunião de nível ministerial do G20 no período em que o Brasil ocupa a presidência do grupo.
Encontros entre negociadores dos países-membros ocorrem no país desde dezembro. Ao todo serão 130 reuniões, das quais 21 ministeriais. Todas elas são preparatórias para a Cúpula dos chefes de Estado, a ser realizada em novembro, também no Rio de Janeiro.
As discussões giram em torno da governança global nas principais questões econômicas e diplomáticas do planeta. O Brasil elegeu como suas prioridades de sua presidência o debate sobre combate à fome, pobreza e desigualdade; desenvolvimento sustentável e reforma da governança global.
Contudo, temas da agenda mundial também devem dominar os debates, como os conflitos no Oriente Médio e a ofensiva russa sobre a Ucrânia.
É a abreviação de Grupo dos 20, que reúne os países com as maiores economias do mundo. Os Estados-membros se encontram anualmente para discutir iniciativas econômicas, políticas e sociais. O grupo se define como o principal fórum de cooperação econômica internacional, com "papel importante na formação e no fortalecimento da arquitetura e da governança global em todas as principais questões econômicas internacionais".
O grupo é formado por 19 países e dois blocos econômicos. São eles Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Coreia do Sul, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos, União Europeia e União Africana (que participa pela primeira vez, depois de entrar no grupo em 2023).
Números divulgados pela própria organização afirmam que, juntas, as nações representam cerca de 85% do PIB global, mais de 75% do comércio mundial e quase dois terços de toda a população.
O G20 foi fundado em 1999, após uma crise financeira na Ásia. O objetivo inicial do fórum era reunir ministros da Economia e presidentes de bancos centrais dos países-membros para discutir questões econômicas.
A partir de 2008, diante do crescimento da importância dos países emergentes na economia global e após a crise financeira global, as reuniões passaram a contar com a presença de chefes de Estado. Os temas também se tornaram mais amplos, incluindo tópicos como desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia e meio ambiente.
A presidência do G20 é rotativa, e a cada ano um país-membro diferente é escolhido para liderar o grupo. O país em questão fica responsável por formular a agenda do grupo no período e serve de anfitrião para a cúpula do evento naquele ano, recebendo não só representantes dos demais integrantes do bloco como também os de nações convidadas. Por fim, o presidente do grupo define quais serão os temas debatido durante o encontro.
O Brasil o recebeu da Índia a presidência do grupo em 1º de dezembro de 2023 e o chefiará por um ano, quando passará o bastão para a África do Sul.
O Brasil elencou três temas prioritários a serem debatidos sob sua presidência: combate à fome, pobreza e desigualdade; desenvolvimento sustentável e reforma da governança global.
Estão previstas 130 reuniões virtuais e presenciais dos grupos de trabalho e forças-tarefas que compõem o G20. As discussões são divididas em duas "trilhas": Sherpas e Finanças.
A Trilha Sherpa, cujo nome faz referência a uma etnia nepalesa que guia alpinistas ao cume do Monte Everest, é composta por emissários pessoais dos líderes do G20, que supervisionam as negociações, discutem os pontos que formam a agenda da cúpula e coordenam a maior parte do trabalho.
O coordenador desta trilha, indicado pelo presidente Lula, é o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.
A trilha de Finanças trata de assuntos macroeconômicos estratégicos e é comandada pelos ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos países-membros. A coordenadora da Trilha de Finanças é a economista e diplomata Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.
O principal encontro é a Cúpula do G20, que tem como objetivo reunir todos os chefes de Estado do grupo. Ela está marcada para os dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro. A previsão é que ela ocorra no MAM (Museu de Arte Moderna).
A reunião de chanceleres, marcada para esta semana, é a primeira de nível ministerial sob a presidência do Brasil. Ela ocorrerá na Marina da Glória. A próxima ocorrerá na semana que vem, reunindo ministros da Fazenda (e pastas equivalentes) e presidentes dos Bancos Centrais dos países-membros em São Paulo.
Estão previstas outras 19 reuniões ministeriais antes da Cúpula de chefes de Estado. Elas ocorrerão majoritariamente no Rio de Janeiro, mas também, e São Paulo, Brasília, Fortaleza, Belém, Maceió, Salvador, Cuiabá, Manaus, Foz do Iguaçu e Washington (Estados Unidos).
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