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Entenda os danos causados pela inalação de desodorante

Entenda os danos causados pela inalação de desodorante

Menina de 7 anos morreu depois de participar de desafio; segundo médico, o uso provoca asfixia

Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 18:16

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(Reprodução / Shutterstock)

Agência O Globo

A morte de Adrielly Gonçalves, 7, que teve uma parada cardíaca após ter inalado uma grande quantidade de desodorante aerosol, fez com que a família da menina desse início a uma campanha nas redes sociais. Os pais da criança querem alertar as pessoas sobre os perigos dessas ações irresponsáveis divulgadas na web.

A inalação de desodorante pode provocar, entre muitos outros danos, asfixia, explica o pneumologista Renato Calil. O médico, do Hospital Caxias D’Or, afirma que o desodorante pode funcionar como outras drogas inalatórias, como o lança-perfume e o loló. Ele acrescenta que a prática de inalar o desodorante não é nova e que vem se tornando comum principalmente entre crianças e adolescentes da região Nordeste do país.

"O spray é composto por álcool, alumínio e gases, como o isobutano. O problema é que esses gases se juntam mais facilmente aos glóbulos vermelhos, responsáveis por transportar o oxigênio pelo corpo. Os gases, então, são transportados no lugar do oxigênio o que provoca a asfixia", disse o médico.

DEPENDÊNCIA E PROBLEMAS RENAIS

Calil reforça que a morte e a perda de consciência são as consequências mais agudas e graves da inalação do desodorante, mas há outros efeitos nocivos ao organismo se o consumo for de longo prazo. É possível desenvolver dependência, ansiedade e irritabilidade, ter uma parada cardíaca e problemas renais.

A inalação desses gases também está ligada ao desenvolvimento de câncer de mama a longo prazo por conta do alumínio. A inalação pode levar ainda a uma lesão cerebral irreversível, com a destruição de neurônios:

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"Ao inalar, mesmo pela boca, os gases entram no pulmão e se ligam em questão de minutos aos glóbulos vermelhos. Se isso é feito em um ambiente mais fechado, com um saco plástico na cabeça, por exemplo, pode matar em minutos. A pessoa perde a consciência, desmaia e falece por uma parada cardiorrespiratória. Alguns segundos já representam um risco", afirmou Calil.

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